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Milei e Trump nascem do medo e são um 'fascismo de novo tipo', diz Gustavo Petro

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Em entrevista exclusiva ao g1 e à Globonews, presidente da Colômbia disse que apostar nas eleições na Venezuela foi um erro e criticou a ideia do Brasil de explorar petróleo na Amazônia. Petro: Milei representa ‘novo tipo de fascismo’
Expoente de uma esquerda em busca de renovação, num continente cada vez mais instável e dividido, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, decreta que “o neoliberalismo morreu, é coisa do passado”. Para o mandatário, o rival argentino Javier Milei, adepto de uma visão ultra-liberal da economia, se apega a teorias anacrônicas e ficará isolado na região. Na visão de Petro, o que ocorreu no G20 já foi uma mostra disso.
Em entrevista exclusiva ao g1 e à GloboNews, a primeira que concedeu à imprensa brasileira, Gustavo Petro classifica Milei e Donald Trump como “fascistas de novo tipo”, que surgem a partir do medo de uma parcela da população em perder privilégios e enfrentar mudanças na sociedade.
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Petro conversou com a reportagem logo após a sessão da cúpula do G20 que tratou de combate à fome e à pobreza. O colombiano sentenciou: não existirá multilateralismo enquanto houver poder de veto no Conselho de Segurança da ONU ou quando as decisões tomadas nas conferências climáticas não forem obrigatórias.
O colombiano admite que foi um erro apostar em eleições democráticas na Venezuela, mas entende que qualquer solução para o impasse venezuelano passa pelo fim das sanções econômicas dos Estados Unidos e por novas eleições presidenciais no país.
O mandatário reforçou as críticas à exploração de petróleo na margem equatorial, com o argumento que este é um antagonismo insolúvel. “Explorar petróleo na selva é uma contradição em termos, porque esse petróleo vai matar a selva, e se morre a selva, morre a humanidade.”
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Confira a entrevista com o presidente da Colômbia:
Presidente colombiano, Gustavo Petro, durante discurso em evento no dia 9 de maio de 2023
Luisa Gonzalez/REUTERS
Para o Brasil, as questões fundamentais no G20 são: multilateralismo, com a reforma do Conselho de Segurança da ONU; tributação dos super-ricos e discussões sobre clima. Acha que há espaço para avanços nessas agendas? Qual avaliação o senhor faz sobre as discussões do G20?
“Acredito que o grande problema hoje são os Estados Unidos. Hoje [no G20] havia um vai-e-vem em alguns dos pontos dessa agenda, mas é a última reunião [de Joe Biden]. A entrada de Trump e o gabinete que ele anunciou mostram uma atitude contrária à resolução dos principais problemas da humanidade. E me refiro basicamente à crise climática, que me parece ser a mãe de todos os problemas.
A guerra mesmo tem a ver com a disputa por combustíveis fósseis, que são a base da crise climática. A fome vai crescer exponencialmente com a crise climática e, portanto, o êxodo. Há uma atitude paradoxal do governo estadunidense: querem deter a imigração, mas negam a crise climática, que é o que faz acelerar o êxodo. É uma espécie de escorpião que morde seu próprio rabo.
A posição do Brasil em defender a reforma da governança global é acertada. Eu tenho outras palavras para expressar o que chamo de multilateralidade. Duas ações concretas que precisamos construir: uma é o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. Isso destrói a multilateralidade. É uma decisão unilateral que se impõe ao resto do mundo. Outro problema que precisa ser resolvido são as COP [Conferências do Clima]. Elas não são vinculantes, são simplesmente declaratórias.
E por isso não resolvem nada. Se as COP se tornarem vinculantes, com decisões obrigatórias votadas pela maioria das nações do mundo, veríamos surgir uma democracia global, que aceita a diversidade, que não se impõem a ninguém. Isso levaria a um verdadeiro multilateralismo.”
A postura da Argentina nas negociações espantou diplomatas de vários países. A Argentina se recusou a assinar uma declaração sobre igualdade de gênero. Mudou de posição na discussão sobre taxar super-ricos. O que esperar de Javier Milei daqui pra frente?
“Não se pode esperar nada. Ele é defensor de um anacronismo. Ele mesmo não se deu conta de que seu discurso de liberdade de mercado é o que existe no mundo faz 40 anos e é o que nos levou à crise climática, ao aumento da pobreza e das doenças, como a Covid. A teoria econômica de Milei é um fiasco ante à realidade. E o mundo, depois de meio século, está saindo do neoliberalismo.
Até mesmo Trump tem outra perspectiva, quando fala de protecionismo, está saindo da teoria neoliberal. Busquemos alternativas porque sabemos que o livre-mercado nos leva a ausências básicas. Veja a Covid, quanta gente morreu e que poderia ter sido salva se houvesse uma regulação pública de medicamentos essenciais, como as vacinas.
A defesa do neoliberalismo é um discurso anacrônico, velho e absolutamente refutado pela realidade mundial. Por isso o discurso de Milei [no G20] quase não foi aplaudido, nesse fórum dos países mais poderosos do mundo. Ele vai ficar isolado. Não há um retorno ao neoliberalismo. Ele [Milei] tem como aliados forças econômicas muito poderosas que respaldam o que eu chamo de capital fóssil da indústria, que está por trás da ganância do petróleo, do carbono e dos ramos industriais derivados e sustentados por carbono e petróleo.
É isso que está produzindo a crise climática. Por isso a negam, não a aceitam, porque ao aceitar e ao atuar criativamente e proativamente para superar a crise climática teriam que aceitar que seus paradigmas teóricos não funcionam. É um erro achar que a liberdade do mercado nos leva à maximização do bem-estar, mas sim à destruição do ser humano.”
Qual é o impacto da eleição de Trump para a Colômbia, que tem uma comunidade imensa nos Estados Unidos?
“A comunidade colombiana nos Estados Unidos se divide em duas: uma minoria, que pode votar nos Estados Unidos, e uma maioria, que é ilegal, que está clandestinamente no país e não pode votar como todos os imigrantes não-legais. A minoria colombiana que vota, votou majoritariamente no Trump, principalmente na Flórida.
É uma situação antidemocrática, mas real. Votam contra seus próprios compatriotas. É uma circunstância psicológica que chamam de ‘teoria da escada’: aquele que subiu, tira a escada para que o que está atrás não consiga subir.
É um egoísmo social profundo, que não leva a nada, porque muitos dos colombianos, que inclusive votaram em Trump, vão sofrer as consequências da discriminação nas ruas. Não perguntam se você é legal ou ilegal, e sim olham o seu rosto, a cor de pele, e quem se parece latino-americano, independentemente de sua região, condição econômica e ética, vai ser discriminado.”
Qual deve ser a postura de Trump com a Colômbia em relação à guerra às drogas?
“A Colômbia foi fiel à política dos Estados Unidos durante meio século desde que foi criada, há exatos 50 anos, por Nixon. E é um fracasso total, porque nos Estados Unidos a política da guerra às drogas resulta em milhões de americanos presos, geralmente negros e latinos, e o surgimento de uma droga pior do que aquelas que foram proibidas no início, que eram a maconha, o LSD, cocaína: é o fentanil.
A cocaína produz mais ou menos 4 mil mortes por ano por overdose, enquanto o fentanil produz 100 mil. Do lado sul-americano e latino-americano, as máfias de hoje são muito mais poderosas. Já não são uma máfia colombiana, são máfias multinacionais: europeias, latino-americanas, norte-americanas e asiáticas. São cinco vezes mais poderosas que Pablo Escobar, por exemplo.
E, o que temos, são as mortes causadas pela guerra, seja entre cartéis, de cartéis contra cidadãos, seja o próprio Estado sobre os cartéis, etc. São um milhão de mortos, o que transforma a América Latina na região mais violenta do mundo, mesmo em comparação às guerras. Então, qual é o saldo final? Um fracasso total. O que Trump pensa sobre isso?”
Ou seja, hoje estamos pior do que há 30 anos?
“Estava lendo o último relatório das Nações Unidas que recebi, e fala de algo que me preocupou muito: o crescimento da procura de cocaína por parte da China e da Índia. Devido ao tamanho da população desses dois países, que já tem 2,7 milhões consumidores, segundo a ONU, praticamente é uma guerra perdida.
Uma procura muito maior, como a da China e da Índia, tornaria praticamente invencível o mundo da máfia, a menos que mudemos a nossa estratégia. E a estratégia em relação à cocaína, na minha opinião, é a mesma que a da maconha. Realmente não entendo como eles deixaram tantas pessoas morrerem assassinadas pelas plantações de maconha e pelas guerras entre máfias na Colômbia e em outros países, quando agora ela é comprada de graça em Wall Street.
E toda Wall Street cheira à maconha. Todas as vidas humanas derramadas, perdidas. O que é o reconhecimento de um erro meio século depois dos Estados Unidos e de outros países, mas com um paradoxo e um cinismo sem igual, porque durante esses 50 anos morreram centenas de milhares de latino-americanos.”
O senhor defende a regulamentação?
“Acho que a política de Portugal, por exemplo, pode ser a mais certeira. Tenho estudado um pouco isso, eles cobram por ter doses, quantidades desse tipo de droga, é uma taxa, é uma multa. Quem quiser consumir livremente essas substâncias tem que pagar, mas não para a máfia, porque a máfia compra, com isso, armas, funcionários, gera corrupção, gera violência, gera destruição democrática, mas ao Estado, e isso poderia ser usado para financiar campanhas de prevenção que, como no caso colombiano por exemplo, reduziram substancialmente o consumo de cigarros, de nicotina.
Quase, praticamente, já não se vê mais um cigarro em reuniões privadas e públicas na Colômbia. Ou o próprio álcool, não vejo mais bêbados na rua, que antes se via, passeando de uma rua para a outra por causa da embriaguez. Hoje o consumo é muito restringido, muito interno, muito íntimo, vamos chamar assim. Pode haver consumo social, mas não aparece no espaço público.
Isso me parece um sucesso, porque se deve a uma política educacional, não a uma política repressiva. Não é a polícia, é a educação, é o cérebro humano. E se isso fosse aplicado a essas outras drogas, incluindo a cocaína, que é o nosso grande problema, então teríamos sucesso. Então, em vez de mortos, teríamos pessoas educadas. Melhores consumidores, consumos não problemáticos.”
Representantes do regime de Nicolás Maduro têm feito ofensas a figuras do governo brasileiro, como o próprio presidente Lula. Como Brasil e Colômbia deveriam tratar a Venezuela daqui em diante?
“Acredito que as eleições [na Venezuela] foram um erro, vendo hoje. Fui um defensor de que fossem realizadas, mas não há voto livre se há um bloqueio [dos Estados Unidos]. Assim como se criticam as eleições sob o ponto de vista do comportamento obscuro do governo venezuelano — não houve clareza sobre o que afirmam, que ganharam as eleições, ficou obscuro porque não mostraram as atas — igualmente, e talvez seja mais sombrio, é que se force um país a fazer eleições quando há um fuzil na sua cabeça, que é o bloqueio econômico.
Estão lhe dizendo que se você não votar no candidato que eu quero, você morre de fome. As eleições livres não são assim. Então, alcançar o objetivo, hoje difícil, de realizar eleições verdadeiramente livres, que impliquem garantias plenas. Não pode haver garantias se aquele que vota na oposição vai preso no dia seguinte, sob ameaça de prisão. Mas também, garantia de voto livre para quem quiser votar na facção política que defende o governo. E essa liberdade significa que não haverá bloqueio no seu país.
A queda do bloqueio e a opção de garantias plenas para todos os que participam são as bases das eleições livres, que devem ser alcançadas a médio prazo. Temos que deixar passar um pouco de tempo do que aconteceu.
A exigência de uma mudança radical no governo neste momento não é realista, mas acredito que chegará um momento em que a Venezuela saberá, que o seu povo saberá, que é concordando entre si que irão livrar seu país de agentes nocivos para a sua sociedade, vindos das potências mundiais mais interessadas no petróleo do que em outra coisa. Nessa perspectiva, acredito que o lado colombiano deve insistir numa solução política, mas isso implica o levantamento do bloqueio e eleições livres para todos os que participam.”
Lula cumprimenta o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na cúpula do G20, no Rio de Janeiro
Presidência do Brasil/Divulgação via Reuters
No ano passado, o senhor criticou publicamente, diante do presidente Lula, a ideia de explorar petróleo na Amazônia. O Brasil caminha para fazer a exploração da chamada margem equatorial, na Foz do Rio Amazonas. É possível compatibilizar a exploração de petróleo na Amazônia com a defesa do meio ambiente?
“Não, não! Petróleo e vida são antagônicos hoje no mundo. A ciência descobriu que vivemos uma crise climática. O que se choca com a ciência, se choca com o progressismo. No fim das contas, progressismo, politicamente, é colocar a razão na frente da paixão, não anular a paixão, mas é a razão que ilumina o ser humano desde a sua criação. O petróleo não tem culpa, o carvão também não. O problema é seu uso de maneira crescente e acumulada por um sistema econômico que é o capitalismo, que se baseia, precisamente, em acumular e gerar ganância.
A ambição, seja em nível individual, seja em nível do sistemas econômicos, vai contra a vida. É uma contradição antagônica. Ambição versus a vida. Estamos às portas de dias que vão estremecer o mundo e, dependendo que forças ganhem, vamos saber se viveremos ou não nesse planeta. Então, temos que tomar posições.
A selva amazônica é um dos pilares climáticos do mundo. Não pode perecer. Se perecer, vamos entrar na época do ponto sem retorno. Explorar petróleo na selva é uma contradição em termos, porque esse petróleo vai matar a selva, e se morre a selva, morre a humanidade.”
A extrema-direita tem ganhado espaço em muitas partes do mundo. Fala-se em uma onda de direita, um ciclo de direita. Por que isso está acontecendo?
“Precisamente por causa da atuação política frente à crise climática, eu chamo essa extrema-direita, lamentavelmente, de fascismo de novo tipo.”
Milei é fascista, por exemplo?
“Um fascismo de novo tipo. O fascismo italiano, ou alemão, ou espanhol, de meados do século 20, não era defensor do livre-comércio ou do livre-mercado. Era protecionista. Milei é do livre-mercado, é o discurso que ele sempre faz. Trump é protecionista. Há uma diversidade nos termos que faz com que não possamos igualar [ao fascismo do passado] porque a história não é igual. Mas, se tem algo que se equipara ao fascismo, é a eliminação violenta da diferença. Esse é o ponto comum. E querem eliminar a diferença porque tem medo.
Os nazistas chegaram ao poder pelo medo. Havia uma classe média e uma classe trabalhadora muito temerosa na Alemanha com a crise econômica de 1929. Hitler teve a astúcia de vincular a fome na Alemanha com os judeus e produziu um genocídio que se estendeu por toda a Europa. Foram 50 milhões de europeus mortos, a maioria soviéticos. A aliança contra o nazismo foi entre Estados Unidos e União Soviética.
Olha como é diferente hoje. A sociedade dos Estados Unidos não parece estar disposta a aliar-se com movimentos progressistas do mundo para deter os nazistas, mas sim parece estar disposta a eleger um nazismo em sua própria sociedade e romper a aliança democrática. Isso parece também acontecer na Argentina e em outras partes do mundo.”
Quais medos existem hoje?
“Medo da crise econômica, medo da crise climática, que estão relacionadas. A classe média sente que seu conforto está em xeque, porque seu conforto se deriva do consumo de combustíveis fósseis. Há medo da liberdade da mulher. Os homens, não todos, mas uma parte muito grande, tem medo de uma mulher independente porque deixa de segurá-la, de dobrá-la, de possuí-la, e isso quebra completamente uma tradição de milênios na história da humanidade. O patriarcado, que se chama. Muitos eleitores do Trump diziam: ‘como vamos deixar que as mulheres imponham suas decisões?’.
O medo do imigrante, que não é o judeu da época de Hitler, mas o latino-americano, o africano, o árabe, o asiático. Reproduzem a concepção dos romanos e bárbaros. Nos consideram bárbaros e se consideram a civilização. O Brasil realizou no mês passado eleições locais em que a esquerda teve um desempenho muito ruim. O mesmo se vê em outros países, como nos Estados Unidos. Muita gente diz que a esquerda está com discurso antigo e não consegue mais falar com os trabalhadores. Como vê isso?
Não se pode comparar uma eleição local com uma nacional. O progressismo pode ganhar nacionalmente e perder localmente. No caso dos Estados Unidos é muito diferente. Trump não ganhou. Ele não aumentou seus eleitores. Quem perderam foram os democratas. Tiveram milhões de votos a menos. Quando a gente olha, quem eles perderam? Os jovens. A juventude não passou a votar em Trump. Eles simplesmente não votaram.
É por Gaza, pelo apoio ao genocídio que Biden e os democratas foram cobrados. Perderam por apoiar o genocídio em Gaza. Por isso a juventude não votou. Então, não é que houve um milagre para a direita. Foram erros do progressismo, fundamentalmente nos Estados Unidos.”

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Quem é François Bayrou, nomeado primeiro-ministro da França por Macron

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Francois Bayrou, de 73 anos, é um veterano centrista cujo partido Movimento Democrático (MoDem) faz parte da aliança governista de Macron desde 2017. François Bayrou e Emmanuel Macron
GEORGES GOBET / AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou François Bayrou como novo primeiro-ministro nesta sexta-feira (13).
O novo premiê já era apontado como um dos potenciais substitutos de Michel Barnier, deposto pelo Parlamento francês. Mas quem é Bayrou?
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Francois Bayrou, de 73 anos, é um veterano centrista cujo partido Movimento Democrático (MoDem) faz parte da aliança governista de Macron desde 2017.
Bayrou, antigo prefeito da cidade de Pau, cidade no sudoeste do país, que fez de suas raízes rurais o centro de sua identidade política, decidiu não concorrer à presidência pela quarta vez em 2017, apoiando Macron.
Bayrou foi candidato às eleições presidenciais francesas em 2002, 2007 e 2012. De 1993 a 1997 foi ministro da Educação por três governos sucessivos.
Ao assumir o governo, Macron nomeou Bayrou como ministro da Justiça, mas ele renunciou apenas algumas semanas depois, em meio a uma investigação sobre a suposta contratação fraudulenta de assistentes parlamentares por seu partido. Ele foi inocentado das acusações de fraude neste ano.
Segundo o site de seu partido, o Movimento Democrático, François Bayrou, nascido em 25 de maio de 1951 em Bordères, nos Pireneus, vem de uma família de pequenos agricultores e cresceu em um ambiente modesto, mas enriquecido pelos livros.
Aos 23 anos, se tornou professor de letras clássicas. Após a morte do pai, vítima de um acidente de trabalho, ele conciliou a carreira no magistrado com os negócios familiares, dos quais participa ainda hoje.
Apesar de ser católico praticante é um defensor firme do Estado laico.
“Convencido de que a separação entre a esfera pública e a esfera privada é a melhor garantia da liberdade de consciência e da neutralidade do Estado, a laicidade é, para ele, um dos princípios fundadores da República”, diz sua biografia no site do MoDem.

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Chefe da Otan alerta que ameaça da Rússia avança 'contra nós a toda velocidade'

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Mark Rutte disse nesta quinta-feira (12) que a ameaça da Rússia está avançando rapidamente e alertou que a aliança militar transatlântica deve multiplicar seus gastos com Defesa para evitar uma “grande guerra” em seu território. Mark Rutte
Piroschka van de Wouw/Reuters
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse nesta quinta-feira (12) que a ameaça da Rússia está avançando rapidamente e alertou que a aliança militar transatlântica deve multiplicar seus gastos com Defesa para evitar uma “grande guerra” em seu território.
“O perigo está avançando em nossa direção a toda velocidade”, disse Rutte em uma conferência em Bruxelas, expressando sua convicção de que ‘não estamos preparados para o que está por vir em quatro ou cinco anos’.
Para o ex-primeiro-ministro holandês, a situação geral de segurança “não é boa. Certamente é a pior de minha vida”.
Em sua opinião, “não há ameaça militar iminente” à Otan porque a aliança “foi transformada para nos manter seguros”. No entanto, para garantir a segurança, é necessário que a aliança multiplique seus gastos com Defesa, fortalecendo as indústrias nacionais para a produção de equipamentos.
“É hora de mudarmos para uma mentalidade de guerra. E acelerar nossa produção e gastos com Defesa. Quando se trata de produção de defesa, estou absolutamente convencido de que aumentá-la é uma prioridade máxima. Foi com essa mentalidade que vencemos a Guerra Fria. Os gastos caíram após a queda da Cortina de Ferro. O mundo estava mais seguro. Agora não é mais”, disse ele.
Há uma década, os países que compõem a aliança militar adotaram a meta de gastar o equivalente a 2% do PIB de cada país em Defesa. Em 2023, esses 2% passaram a ser vistos como uma meta mínima e não máxima.
“Posso lhe dizer que precisaremos de muito mais do que 2%. Não estaremos seguros no futuro, a menos que estejamos preparados para enfrentar o perigo. Nós podemos fazer isso. Podemos evitar a próxima grande guerra no território da Otan”, afirmou.
Para ele, a Rússia “está se preparando para um confronto de longo prazo, com a Ucrânia e com a Otan.
Referindo-se à guerra em curso na Ucrânia, Rutte disse que os combates estão deixando cerca de 10 mil pessoas mortas por semana, e que o número total de vítimas desde fevereiro de 2022 já seria “mais de um milhão”.
Além da ameaça representada pela Rússia, Rutte mencionou que a China “está aumentando substancialmente suas forças, incluindo suas armas nucleares”.
“De 200 ogivas em 2020, espera-se que a China tenha mais de 1.000 ogivas nucleares até 2030”, disse ele. Além disso, ele observou que o gigante asiático está acrescentando equipamentos militares “a uma taxa cinco ou seis vezes maior que a dos Estados Unidos”.
Por causa disso, ele insistiu, “não estamos em guerra. Mas, definitivamente, também não estamos em paz”.
Em sua opinião, a capacidade de dissuasão da Otan “é boa, por enquanto. Mas é o amanhã que me preocupa”.
A indústria de Defesa da Europa, segundo ele, foi esvaziada por décadas de subinvestimento e interesses industriais nacionais limitados: “Nosso setor é muito pequeno, muito fragmentado e muito lento”. Enquanto isso, as fábricas de armas russas estão produzindo equipamentos de guerra em tempo integral.

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Assembleia Geral da ONU pede cessar-fogo imediato em Gaza; Israel mata 33 em bombardeios

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Resolução de valor simbólico foi apoiada por ampla maioria nesta quarta-feira (11), mas rejeitada pelos EUA e Israel. Ataques foram registrados durante a madrugada e a manhã. Ataque israelense em escola usada como abrigo em Gaza
Reuters
A Assembleia Geral da ONU exigiu, nesta quarta-feira (11), por ampla maioria, um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza, em uma resolução de valor simbólico que foi rejeitada tanto por Israel quanto pelos Estados Unidos, informou a Agência France-Presse (AFP).
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A resolução, que obteve 158 votos a favor, nove contra e 13 abstenções, também pediu “a liberação imediata e incondicional de todos os reféns”, em uma redação semelhante à que foi bloqueada no Conselho de Segurança no final de novembro por um veto dos Estados Unidos.
Durante a madrugada e a manhã de quarta-feira, 33 pessoas, incluindo crianças, foram mortas em ataques israelenses no território palestino, de acordo com a agência Associated Press (AP). Um dos bombardeios destruiu uma casa onde pessoas deslocadas estavam abrigadas.
Em relação ao cessar-fogo, Washington defende que deve ser condicionado à liberação de todos os reféns em Gaza, argumentando que, caso contrário, o Hamas não teria nenhum incentivo para libertá-los.
O embaixador adjunto dos Estados Unidos, Robert Wood, reiterou a posição de seu país na quarta-feira, dizendo que seria “vergonhoso e errado” adotar o projeto.
Antes da votação, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que as resoluções discutidas nesta quarta-feira “superam toda lógica”.
“O voto de hoje não é a favor da compaixão, mas a favor da cumplicidade”, afirmou Danon.
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A Assembleia Geral tem adotado com frequência resoluções que não conseguem ser aprovadas no Conselho de Segurança, que está praticamente paralisado em questões sensíveis, como Gaza e Ucrânia. E desta vez não foi diferente.
O texto aprovado nesta quarta-feira, não vinculante, também exige “acesso imediato” a uma ampla ajuda humanitária para os cidadãos de Gaza, que sofrem por mais de um ano de guerra com Israel, especialmente na sitiada região norte daquele território.
Dezenas de representantes dos Estados membros se dirigiram à Assembleia antes da votação, em apoio aos palestinos.
“Gaza já não existe. Está destruída”, afirmou o representante da Eslovênia, Samuel Zbogar. “A história é o crítico mais duro da inação”, destacou.
O embaixador adjunto da Argélia na ONU, Nacim Gaouaoui, ecoou essas críticas. “O preço do silêncio e do fracasso diante da tragédia palestina é muito alto, e será mais pesado amanhã”, afirmou.
A guerra em Gaza teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque inédito do grupo Hamas, que resultou na morte de 1.208 pessoas, a maior parte civis, de acordo com um levantamento da AFP com base em números oficiais. Esse número inclui os reféns que morreram ou foram assassinados durante o cativeiro em Gaza.
Durante o ataque, os membros do Hamas também sequestraram 251 pessoas, 96 das quais permanecem em Gaza, incluindo 34 que os militares afirmam terem morrido.
As operações militares de represália israelenses em Gaza mataram pelo menos 44.786 pessoas, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza e considerados confiáveis pela ONU.

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