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Procurador-geral da Venezuela diz que González 'será preso automaticamente' se entrar no país

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Em asilo político na Espanha desde a eleição, González diz que retorna à Venezuela como ‘presidente eleito’ para posse no dia 10 de janeiro. Edmundo González
REUTERS/Juan Medina
González diz que retornará à Venezuela para posse
Edmundo González, candidato do partido de oposição da Venezuela, afirmou nesta sexta-feira (4) que pretende retornar ao seu país no 10 de janeiro, para tomar posse como “presidente eleito”.
González compareceu a um evento empresarial na Espanha e, em seu primeiro discurso público desde que chegou ao país após buscar asilo político, disse ao público que era presidente eleito e que sua estadia na Espanha era temporária.
“Voltarei à Venezuela o mais rápido possível, quando restaurarmos a democracia em nosso país… Vou tomar posse como presidente eleito no dia 10 de janeiro”, afirmou ele aos repórteres.
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Gonzalez fugiu para a Espanha em 9 de setembro, uma semana depois que autoridades venezuelanas emitiram um mandado de prisão contra ele, acusando-o de conspiração e outros crimes.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o político afirmou que buscou refúgio diplomático após ser informado de que as forças de segurança de Maduro estavam vindo atrás dele.
Centro Carter e atas eleitorais
Nicolás Maduro e Edmundo González
Federico PARRA/AFP
O Centro Carter apresentou nesta quarta-feira (2), ante a Organização dos Estados Americanos (OEA), “atas originais” das eleições na Venezuela que “demonstram” a vitória do líder opositor Edmundo González sobre Nicolás Maduro no pleito.
O Centro Carter foi um observador das eleições venezuelanas, ocorridas em 28 de julho, nas quais o mandatário Nicolás Maduro foi proclamado vencedor para um terceiro mandato de seis anos, em meio a denúncias de fraude.
“Acabo de receber o que foi enviado por correio internacional e gostaria de compartilhar com vocês depois da sessão para que possam ver que estas são atas originais da Venezuela que têm um código QR muito significativo”, afirmou Jennie Lincoln, assessora para a América Latina e o Caribe do Centro Carter.
Jennie disse também perante a OEA em Washington que o código QR “permitiu às testemunhas, aos observadores eleitorais de milhares e milhares de centros de votação, recolherem informação de maneira sistemática a partir de dados originais produzidos pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) venezuelano”.
“Este é o ponto-chave destas eleições”, insistiu Jennie Lincoln.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi declarado vencedor da eleição na Venezuela pelo CNE, mas as atas eleitorais não foram publicadas, o que gerou protestos da oposição e da comunidade internacional, que alegaram falta de transparência. O resultado foi referendado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, que proibiu a divulgação das atas –tanto o CNE quanto o TSJ são alinhados com o regime Maduro.
A oposição de Maduro, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, afirmam que González venceu o presidente no pleito e que têm provas disso. Eles publicaram as atas eleitorais de cerca de 80% das urnas do país em um site –o que rendeu investigações do Ministério Público venezuelano contra os dois e um mandado de prisão contra González.
Os dados “demonstram que Edmundo González obteve mais de 67% dos votos e Nicolás Maduro conseguiu 31%”, mas “a responsabilidade” de proclamar esse resultado recai sobre a autoridade eleitoral, disse a representante do Centro Carter.
A ONU já havia indicado segurança nas atas eleitorais divulgadas pela oposição em um relatório produzido por um painel de especialistas do órgão que observaram o pleito na Venezuela. Tanto os funcionários da ONU quanto os do Centro Carter tiveram que abandonar o país após as eleições.
Não só a oposição conhece os “verdadeiros resultados” das eleições, mas também “o governo”, o CNE e “os militares” porque o sistema de votação eletrônica “funcionou”, apontou Jennie Lincoln.

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Quem é François Bayrou, nomeado primeiro-ministro da França por Macron

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Francois Bayrou, de 73 anos, é um veterano centrista cujo partido Movimento Democrático (MoDem) faz parte da aliança governista de Macron desde 2017. François Bayrou e Emmanuel Macron
GEORGES GOBET / AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou François Bayrou como novo primeiro-ministro nesta sexta-feira (13).
O novo premiê já era apontado como um dos potenciais substitutos de Michel Barnier, deposto pelo Parlamento francês. Mas quem é Bayrou?
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Francois Bayrou, de 73 anos, é um veterano centrista cujo partido Movimento Democrático (MoDem) faz parte da aliança governista de Macron desde 2017.
Bayrou, antigo prefeito da cidade de Pau, cidade no sudoeste do país, que fez de suas raízes rurais o centro de sua identidade política, decidiu não concorrer à presidência pela quarta vez em 2017, apoiando Macron.
Bayrou foi candidato às eleições presidenciais francesas em 2002, 2007 e 2012. De 1993 a 1997 foi ministro da Educação por três governos sucessivos.
Ao assumir o governo, Macron nomeou Bayrou como ministro da Justiça, mas ele renunciou apenas algumas semanas depois, em meio a uma investigação sobre a suposta contratação fraudulenta de assistentes parlamentares por seu partido. Ele foi inocentado das acusações de fraude neste ano.
Segundo o site de seu partido, o Movimento Democrático, François Bayrou, nascido em 25 de maio de 1951 em Bordères, nos Pireneus, vem de uma família de pequenos agricultores e cresceu em um ambiente modesto, mas enriquecido pelos livros.
Aos 23 anos, se tornou professor de letras clássicas. Após a morte do pai, vítima de um acidente de trabalho, ele conciliou a carreira no magistrado com os negócios familiares, dos quais participa ainda hoje.
Apesar de ser católico praticante é um defensor firme do Estado laico.
“Convencido de que a separação entre a esfera pública e a esfera privada é a melhor garantia da liberdade de consciência e da neutralidade do Estado, a laicidade é, para ele, um dos princípios fundadores da República”, diz sua biografia no site do MoDem.

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Chefe da Otan alerta que ameaça da Rússia avança 'contra nós a toda velocidade'

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Mark Rutte disse nesta quinta-feira (12) que a ameaça da Rússia está avançando rapidamente e alertou que a aliança militar transatlântica deve multiplicar seus gastos com Defesa para evitar uma “grande guerra” em seu território. Mark Rutte
Piroschka van de Wouw/Reuters
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse nesta quinta-feira (12) que a ameaça da Rússia está avançando rapidamente e alertou que a aliança militar transatlântica deve multiplicar seus gastos com Defesa para evitar uma “grande guerra” em seu território.
“O perigo está avançando em nossa direção a toda velocidade”, disse Rutte em uma conferência em Bruxelas, expressando sua convicção de que ‘não estamos preparados para o que está por vir em quatro ou cinco anos’.
Para o ex-primeiro-ministro holandês, a situação geral de segurança “não é boa. Certamente é a pior de minha vida”.
Em sua opinião, “não há ameaça militar iminente” à Otan porque a aliança “foi transformada para nos manter seguros”. No entanto, para garantir a segurança, é necessário que a aliança multiplique seus gastos com Defesa, fortalecendo as indústrias nacionais para a produção de equipamentos.
“É hora de mudarmos para uma mentalidade de guerra. E acelerar nossa produção e gastos com Defesa. Quando se trata de produção de defesa, estou absolutamente convencido de que aumentá-la é uma prioridade máxima. Foi com essa mentalidade que vencemos a Guerra Fria. Os gastos caíram após a queda da Cortina de Ferro. O mundo estava mais seguro. Agora não é mais”, disse ele.
Há uma década, os países que compõem a aliança militar adotaram a meta de gastar o equivalente a 2% do PIB de cada país em Defesa. Em 2023, esses 2% passaram a ser vistos como uma meta mínima e não máxima.
“Posso lhe dizer que precisaremos de muito mais do que 2%. Não estaremos seguros no futuro, a menos que estejamos preparados para enfrentar o perigo. Nós podemos fazer isso. Podemos evitar a próxima grande guerra no território da Otan”, afirmou.
Para ele, a Rússia “está se preparando para um confronto de longo prazo, com a Ucrânia e com a Otan.
Referindo-se à guerra em curso na Ucrânia, Rutte disse que os combates estão deixando cerca de 10 mil pessoas mortas por semana, e que o número total de vítimas desde fevereiro de 2022 já seria “mais de um milhão”.
Além da ameaça representada pela Rússia, Rutte mencionou que a China “está aumentando substancialmente suas forças, incluindo suas armas nucleares”.
“De 200 ogivas em 2020, espera-se que a China tenha mais de 1.000 ogivas nucleares até 2030”, disse ele. Além disso, ele observou que o gigante asiático está acrescentando equipamentos militares “a uma taxa cinco ou seis vezes maior que a dos Estados Unidos”.
Por causa disso, ele insistiu, “não estamos em guerra. Mas, definitivamente, também não estamos em paz”.
Em sua opinião, a capacidade de dissuasão da Otan “é boa, por enquanto. Mas é o amanhã que me preocupa”.
A indústria de Defesa da Europa, segundo ele, foi esvaziada por décadas de subinvestimento e interesses industriais nacionais limitados: “Nosso setor é muito pequeno, muito fragmentado e muito lento”. Enquanto isso, as fábricas de armas russas estão produzindo equipamentos de guerra em tempo integral.

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Assembleia Geral da ONU pede cessar-fogo imediato em Gaza; Israel mata 33 em bombardeios

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Resolução de valor simbólico foi apoiada por ampla maioria nesta quarta-feira (11), mas rejeitada pelos EUA e Israel. Ataques foram registrados durante a madrugada e a manhã. Ataque israelense em escola usada como abrigo em Gaza
Reuters
A Assembleia Geral da ONU exigiu, nesta quarta-feira (11), por ampla maioria, um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza, em uma resolução de valor simbólico que foi rejeitada tanto por Israel quanto pelos Estados Unidos, informou a Agência France-Presse (AFP).
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A resolução, que obteve 158 votos a favor, nove contra e 13 abstenções, também pediu “a liberação imediata e incondicional de todos os reféns”, em uma redação semelhante à que foi bloqueada no Conselho de Segurança no final de novembro por um veto dos Estados Unidos.
Durante a madrugada e a manhã de quarta-feira, 33 pessoas, incluindo crianças, foram mortas em ataques israelenses no território palestino, de acordo com a agência Associated Press (AP). Um dos bombardeios destruiu uma casa onde pessoas deslocadas estavam abrigadas.
Em relação ao cessar-fogo, Washington defende que deve ser condicionado à liberação de todos os reféns em Gaza, argumentando que, caso contrário, o Hamas não teria nenhum incentivo para libertá-los.
O embaixador adjunto dos Estados Unidos, Robert Wood, reiterou a posição de seu país na quarta-feira, dizendo que seria “vergonhoso e errado” adotar o projeto.
Antes da votação, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que as resoluções discutidas nesta quarta-feira “superam toda lógica”.
“O voto de hoje não é a favor da compaixão, mas a favor da cumplicidade”, afirmou Danon.
Leia também:
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A Assembleia Geral tem adotado com frequência resoluções que não conseguem ser aprovadas no Conselho de Segurança, que está praticamente paralisado em questões sensíveis, como Gaza e Ucrânia. E desta vez não foi diferente.
O texto aprovado nesta quarta-feira, não vinculante, também exige “acesso imediato” a uma ampla ajuda humanitária para os cidadãos de Gaza, que sofrem por mais de um ano de guerra com Israel, especialmente na sitiada região norte daquele território.
Dezenas de representantes dos Estados membros se dirigiram à Assembleia antes da votação, em apoio aos palestinos.
“Gaza já não existe. Está destruída”, afirmou o representante da Eslovênia, Samuel Zbogar. “A história é o crítico mais duro da inação”, destacou.
O embaixador adjunto da Argélia na ONU, Nacim Gaouaoui, ecoou essas críticas. “O preço do silêncio e do fracasso diante da tragédia palestina é muito alto, e será mais pesado amanhã”, afirmou.
A guerra em Gaza teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque inédito do grupo Hamas, que resultou na morte de 1.208 pessoas, a maior parte civis, de acordo com um levantamento da AFP com base em números oficiais. Esse número inclui os reféns que morreram ou foram assassinados durante o cativeiro em Gaza.
Durante o ataque, os membros do Hamas também sequestraram 251 pessoas, 96 das quais permanecem em Gaza, incluindo 34 que os militares afirmam terem morrido.
As operações militares de represália israelenses em Gaza mataram pelo menos 44.786 pessoas, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza e considerados confiáveis pela ONU.

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