Tecnologia
Duelo de celulares: Galaxy S24 x iPhone 16
Modelos topo de linha da Apple e da Samsung oferecem ótimas câmeras e duração enorme de bateria. Saiba se vale a pena investir em um aparelho desses. Guia de Compras: Galaxy S24 comparado ao iPhone 16
Veronica Medeiros/g1
iPhone 16 e Galaxy S24 estão no topo da lista de desejos de muita gente. Mas como é usar esses aparelhos todo dia? São bons mesmo como os fabricantes prometem?
O Guia de Compras testou os dois smartphones.
Eles também são uma alternativa mais em conta na comparação com seus irmãos “maiores”, o iPhone 16 Pro Max e Galaxy S24 Ultra, que tiram fotos com mais zoom, têm telas maiores e são mais caros.
Na avaliação, foram levados em conta o desempenho, a bateria, o design e as câmeras.
Recursos de inteligência artificial já fazem parte dos aparelhos da Samsung desde janeiro, mas só agora começam a chegar aos smartphones da Apple.
No iPhone, a Apple Intelligence ainda está em fase de testes e restrita ao idioma inglês.
Qual iPhone escolher: 15 ou 16?
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Veja o resultado da avaliação a seguir e, ao final, a conclusão e como foram feitos os testes.
Apple iPhone 16
O iPhone 16 faz parte da “primeira geração” de celulares com recursos de inteligência artificial da marca, chamada Apple Intelligence. O aparelho tira ótimas fotos e a bateria dura muito tempo.
O smartphone foi lançado no Brasil no final de setembro de 2024, e roda o sistema operacional iOS 18, ainda sem ter recursos da Apple Intelligence disponíveis.
Durante os testes, foi utilizada a versão 18.1 beta, já com IA apenas em inglês.
O lançamento oficial da funcionalidade de inteligência artificial da Apple deve ocorrer na próxima semana, ainda em inglês. A previsão de lançamento em português é apenas para 2025.
O iPhone 16 com 128 GB de armazenamento era vendido nas lojas on-line no meio de outubro na faixa dos R$ 7.800.
Samsung Galaxy S24
O Samsung Galaxy S24 faz parte da geração mais recente dos celulares da marca, lançada no final de janeiro. Por conta disso, o valor já baixou bastante e ele custa menos que o iPhone 16.
Em outubro, o Galaxy S24 com 128 GB de armazenamento era vendido por R$ 5.400, contra os R$ 7.800 do rival.
Tira ótimas fotos e tem uma excelente duração de bateria. O smartphone roda sistema Android 14.
A grande novidade que a Samsung oferece nessa linha são os recursos de inteligência artificial integrados, alguns feitos pela própria marca e outros desenvolvidos em parceria com o Google.
Desempenho
Nos testes de performance (leia ao final como eles são feitos), o iPhone 16 foi mais veloz que o Galaxy S24.
Esses testes avaliam o uso simulado do aparelho no dia a dia. De qualquer forma, nenhum dos dois ficou lento ou travou durante o uso.
Usar o recurso de remover itens da imagem no iPhone 16 foi mais rápido que no Galaxy S24, com menos tempo de processamento. Mas nenhum dos dois travou.
Para jogos e vídeos, o Galaxy S24 foi mais rápido que o iPhone 16 nos testes de desempenho gráfico.
Bateria
Os dois celulares podem passar bastante tempo longe da tomada. Durante os testes, o Galaxy S24 bateu 14h04 de uso e o iPhone 16, 13h30.
É sempre bom ressaltar que cada pessoa tem um padrão de uso e que, na prática, o celular não vai ficar sem bateria após esse período.
Também dá para ativar o modo de economia de energia nos dois aparelhos, caso seja necessário.
Design
Vistos de frente e de lado, Galaxy S24 e iPhone 16 são bastante parecidos, com uma estrutura de alumínio nas laterais e acabamento em vidro na traseira.
A diferença fica apenas no número de câmeras: são 3 no Galaxy e 2 no iPhone.
A tela do Samsung é 0,1 polegada maior – 6,2” no Galaxy, contra 6,1” na Apple. As dimensões são quase as mesmas – 147 x 70,6 x 7,6 mm (altura x largura x espessura) no Galaxy contra 147,6 x 71,6 x 7,8 mm no iPhone.
O Galaxy é um pouco mais leve (167 gramas) que o concorrente (170 gramas).
O iPhone 16 tem versões nas cores preto, branco, rosa, verde-acinzentado e ultramarino. Já o Galaxy S24 conta com opções em preto, creme, violeta e cinza.
Câmeras
Com 48 megapixels de resolução na câmera principal do iPhone 16 e 50 mp na do Galaxy S24, é quase impossível tirar fotos ruins com os celulares.
A diferença mesmo está no modo que as cores são reproduzidas, como mostram as imagens abaixo tiradas com minutos de diferença.
O iPhone 16 conta com duas câmeras na traseira – a principal e uma grande angular de 12 megapixels.
O modelo da Apple consegue tirar fotos com zoom de 2x, mesmo sem ser um zoom óptico como no Galaxy S24.
É um truque já presente desde o iPhone 15 (veja o teste): o iPhone recorta e aproxima a imagem de 48 megapixels, gerando uma foto boa de 12 mp.
O Galaxy S24 vem com três lentes na traseira: a principal, uma teleobjetiva de 10 mp e uma grande angular de 12 mp.
No zoom, o modelo da Samsung chega a 3x de zoom óptico, sem precisar “recortar” a imagem como no concorrente.
O zoom digital máximo do iPhone chega a aproximar 10x com um resultado razoável se a iluminação estiver muito boa – e que ficou bem abaixo do obtido nos 10x do Galaxy (que pode até chegar a 30x, com muita perda de qualidade).
Veja abaixo:
A diferença mesmo está no modo que as cores são rp
Em ambos os aparelhos é possível tirar as fotos na resolução máxima, mas vale lembrar que os arquivos costumam ocupar mais espaço. Na configuração automática, as fotos da Apple ficam com 24 mp e as da Samsung, com 12 mp.
Comparando as fotos lado a lado, uma diferença é visível. As fotos do Galaxy S24 ficam com a coloração amarelada e “quentes”.
As do iPhone 16 tendem a ficar mais neutras. Isso vale para fotos diurnas e noturnas.
A câmea
Nas selfies (ambos com 12 mp de resolução), as feitas no iPhone 16 parecem mais realistas que as do Galaxy S24.
Nos retratos, o desfoque das câmeras dos dois celulares é excelente, separando a pessoa/objeto fotografado do fundo.
De novo, dá para ver a diferença entre o estilo de cores das marcas.
Mas o iPhone permite editar as fotos depois para ficarem com o modo Retrato “ativado” com o efeito, mesmo que tenham sido feitas com a câmera no modo automático.
À noite, com menos luz, o resultado das duas câmeras também é muito bom. Um exemplo ao lado de fora de casa na imagem abaixo.
Outro exemplo dentro de casa, com pouca luz, nas fotos seguintes. Parecem dois gatos totalmente diferentes.
xi deve ocorrer na prói, ainda em inglês.
O iPhone 16 oferece ainda uma diferença na hora de fotografar: o celular conta com um sensor na lateral que atua como um botão de disparo.
É um sensor sensível ao toque, não um botão (apesar de parecer com um), localizado na lateral direita do aparelho. Sua função é única: comandar a câmera.
Um clique nele e a câmera entra em ação. Outro toque e ele tira uma foto, sem precisar tocar na tela.
Dois toques e é possível alternar entre as funções da câmera, com ajuste de exposição, profundidade, zoom, alternar entre as lentes e entre os estilos e tons de cores
Recursos de inteligência artificial
No Samsung Galaxy S24, foi possível utilizar os recursos (todos disponíveis em português) e entender que eles são uma funcionalidade que pode ser útil para o dono do aparelho.
Duelo de celulares: Galaxy S24 x iPhone 15
Os mais convenientes são o recurso de “circular para buscar” e o editor avançado de fotos.
O primeiro, ativado com um toque na base da tela, permite fazer buscas no Google circulando palavras ou imagens, com resultados bastante rápidos. Nada que um app do buscador não faria, com a facilidade de apenas rabiscar na tela e ter uma resposta quase imediata.
O segundo é integrado ao editor de fotos e complementa alguns recursos que a Samsung já oferecia, como um “apagador de objetos” nas imagens.
Esse editor utiliza a IA para gerar “pedaços” de imagens.
Basta selecionar o recurso, desenhar com o dedo em torno do item que será modificado e mover, aumentar ou reduzir ou até excluir o item.
Galaxy S24: original com árvores, seleção, edição e resultado final modificado
Henrique Martin/g1
Dá também para rabiscar coisas e inseri-las nas fotos, incluindo elementos artificiais nas imagens.
A IA preenche, de forma automática, as partes que foram removidas ou aumentadas na imagem. Os resultados são bastante aceitáveis – mas a imagem nova ganha um selinho para dizer que foi modificada. É o processo que mais leva tempo para mostrar um resultado.
A câmera do Galaxy S24 também utiliza recursos de IA – como ajuste automático de contraste nas fotos. Mas isso já estava presente em versões antigas da linha Galaxy S e A.
Já no iPhone 16, os recursos da Apple Intelligence ainda não estão disponíveis para o consumidor e serão lançados em breve apenas em inglês em uma atualização do sistema operacional iOS.
A versão em português da Apple Intelligence deve chegar somente em 2025.
Para conseguir rodar a Apple Intelligence, foi preciso baixar uma versão de testes da Apple (iOS 18.1) e usar o sistema todo em inglês.
Grande parte dos recursos da Apple Intelligence requerem o uso intensivo do inglês – como resumos de e-mails, mensagens de texto e do WhatsApp. Se os textos estiverem em português, não tem muito o que fazer por enquanto.
Mesmo para pedir informações para a assistente Siri é preciso falar inglês. Se trocar o idioma de volta para o português, as funcionalidades do Apple Intelligence ficam indisponíveis.
Mas um recurso é “universal” e não depende do idioma: o editor de fotos da Apple pode apagar objetos das imagens.
É algo parecido, mas diferente, do que o Galaxy S24 faz. O da Apple só apaga e substitui o conteúdo, o da Samsung pode apagar, mas também aumentar ou inserir outros itens artificiais.
O método de selecionar o item pareceu mais preciso na Apple que na Samsung.
Os resultados do iPhone, ainda que em uma versão de testes do sistema, foram até melhores que os encontrados no Galaxy.
Veja na imagem abaixo um exemplo com selfies feitas com os dois celulares e itens removidos do fundo.
Selfies feitas com o iPhone 16 (à esquerda) e com o Galaxy S24 (à direita), ao lado das suas edições com inteligência artificial para remover objetos do fundo
Henrique Martin/g1
Vale lembrar que outros recursos de fotografia do iPhone 16, como o foco automático para imagens estilo Retrato e grandes panoramas – que colam várias fotos em uma só – utilizam recursos de IA.
Ou as “live photos”, que permitem edição de imagem e movimento após a captura.
Algo em comum na inteligência artificial da Apple e da Samsung é que as fabricantes colocam um “selo digital” que identifica o arquivo como modificado por IA.
Esses dados aparecem na informação das fotos.
Na imagem abaixo, à esquerda, os dados da foto feita no iPhone 16 mostram a informação “Modificado com o Clean Up” para indicar a alteração.
No Galaxy S24, a frase “Inclui conteúdo gerado por IA”.
Ao modificar uma imagem com inteligência artificial, tanto o iPhone 16 (à esquerda) quanto o Galaxy S24 deixam informações na foto
Reprodução
A Samsung até coloca um selinho visível nas imagens modificadas, mas isso é fácil de recortar.
Conclusão
Respondendo à pergunta lá do começo, vale a pena investir tanto no Galaxy S24 quanto no iPhone 16.
São aparelhos premium, com alto desempenho, ótimo design, baterias que duram muito e câmeras que tiram fotos muito boas.
A escolha entre um ou outro depende do que você já tem em mãos, seja um iPhone ou um Android mais antigos.
Se for um modelo de 2021 ou anterior, pode valer a pena atualizar para um iPhone 16 ou Galaxy S24. Se optar por um iPhone mais antigo, saiba qual escolher.
Se for um celular mais novo, talvez não valha tanto a pena trocar, já que os recursos e câmeras do S24 e do iPhone 16 não são muito diferentes dos modelos anteriores.
A atualização do sistema operacional é um ponto interessante entre as marcas. A Samsung diz que a linha Galaxy S24 terá sete anos garantidos de atualizações do Android.
A Apple não fala de maneira aberta sobre upgrades do iOS, mas costuma atualizar os celulares com uma nova versão do sistema iOS por cinco ou seis anos após seu lançamento, dependendo do modelo.
Seguindo essa lógica, o iPhone 16 deve ter novas versões do iOS até 2029 ou 2030.
Como foram feitos os testes
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 6, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
Os produtos foram cedidos para o teste e serão devolvidos.
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Tecnologia
Motoristas de Uber vão pedir código ao passageiro antes de iniciar viagem? Entenda mudança
Função de segurança, chama de U-Código, exige PIN dos passageiros em corridas com motoristas que ativarem o recurso no aplicativo. Motorista de aplicativo Uber
Dan Gold/ Unsplash
A Uber anunciou nesta quinta-feira (7) a expansão do recurso U-Código para os motoristas parceiros. A ferramenta de segurança exige que o passageiro forneça uma senha ao condutor antes do início da viagem — o PIN é gerado e exibido no aplicativo.
Segundo a empresa, mesmo que o usuário não tenha o U-Código configurado em sua conta, ainda precisará informar o código ao motorista caso ele tenha o recurso habilitado. O uso do U-Código é opcional, permitindo que o motorista o ligue ou desligue a qualquer momento.
A Uber disse que a novidade já estava em testes em algumas cidades do Brasil.
“Além do nome e foto do motorista, a placa e o modelo do veículo, os usuários também podem ter mais tranquilidade ao checar o carro correto com a opção de U-Código ativada”, completou.
A empresa explica que os motoristas interessados em usar o U-Código podem ativar a função na “Central de Segurança” do aplicativo e, em seguida, tocar em “Verificação de U-Código”.
Já os usuários podem habilitar a ferramenta acessando “Conta”, “Configurações”, “Verifique sua Viagem” e, por fim, ativando “Use PIN para verificar viagens”.
O app também oferece a opção de utilizar o U-Código apenas durante o período noturno, entre 21h e 6h. Para isso, basta ativar essa configuração na mesma tela.
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Truth Social e Tesla disparam com vitória de Trump; Elon Musk fica R$ 109 bilhões mais rico
Fortuna de Trump cresceu mais de 20% nesta quarta (6), chegando a US$ 7,2 bilhões. Já Musk, o homem mais rico do mundo, acumula um patrimônio de US$ 285,2 bilhões. Donald Trump e Elon Musk
Reprodução
Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6), ganhou mais de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões) nesta quarta-feira (6), até às 14h, segundo o ranking de bilionários em tempo real da revista Forbes.
A fortuna de Trump cresceu mais de 6% em poucas horas, indo de US$ 6 bilhões para US$ 6,4 bilhões (cerca de R$ 36,8 bilhões). Essa é uma consequência da disparada dos preços das ações de sua empresa de rede social, a Truth Social.
Entenda por que dólar, juros futuros e bitcoin dispararam depois da vitória de Donald Trump
As ações da companhia, que Trump criou em 2022 para rivalizar com o antigo Twitter, após ser banido da plataforma, subiam mais de 8% por volta das 14h.
Já seu apoiador e homem mais rico do mundo, Elon Musk viu seu patrimônio crescer em US$ 18,9 bilhões (cerca de R$ 109 bilhões), também até às 14h. As ações da Tesla, sua montadora de veículos elétricos, subiam 14% no mesmo horário, na esteira da vitória de Trump.
Musk, fundador da Tesla e da SpaceX ficou mais de 7% mais rico na manhã desta quarta-feira, com sua fortuna partindo de US$ 264,7 bilhões para US$ 283,6 bilhões.
“As ações da Tesla estão crescendo […] devido às relações privilegiadas de Elon Musk com Donald Trump” que “lhe deve muito”, explica Andrea Tueni, analista de mercado do Saxobank, à AFP.
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Truth Social
As ações da Truth Social já haviam começado a subir em outubro, devido ao aumento das expectativas de que Trump poderia ser eleito.
No fim de setembro, a situação era completamente diferente. Os papéis da companhia viviam um período ruim e chegaram a despencar mais de 40%, por conta de resultados muito baixos apresentados nos balanços corporativos.
É que, em agosto, a Truth Social mostrou uma receita de cerca de US$ 837 mil, um número considerado muito baixo para uma empresa com valor de mercado avaliado em aproximadamente US$ 4,7 bilhões. E a volta de Trump ao X naquele mês pesou ainda mais sobre as ações da companhia.
Apoio de Musk
Elon Musk, bilionário dono da Tesla e da rede social X, durante evento de apoio a Trump em outubro
Evan Vucci/AP
O bilionário Elon Musk, que também é dono do X, anunciou oficialmente o apoio a Trump em julho, horas depois de o ex-presidente sobreviver a uma tentativa de assassinato durante um comício em Butler, na Pensilvânia.
Desde então, o empresário fez doações milionárias para a campanha do republicano e chegou a sortear US$ 1 milhão (R$ 5,6 milhões) por dia para eleitores registrados na Pensilvânia, considerado um dos estados-chave para decidir a eleição presidencial americana.
Mundo reage à eleição de Trump
Tecnologia
O plano de Brasil e China que pode 'furar' domínio da Starlink de Musk
Os dois países negociam um memorando de entendimento sobre internet via satélite após ápice da crise entre Musk e autoridades no Brasil. Modelo de satélite de órbita baixa durante a 19ª Exposição Internacional da Indústria Automobilística de Xangai
Getty Images via BBC
Os governos do Brasil e da China preparam um plano que, se implementado, pode ajudar a diminuir a dominância que a empresa Starlink tem sobre o serviço de internet via satélite no Brasil.
A Starlink pertence ao bilionário Elon Musk. O plano prevê o início das operações da empresa chinesa de satélites SpaceSail no Brasil, que pretende operar no mercado brasileiro hoje liderado pela Starklink. A informação foi confirmada à BBC News Brasil pelo secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Hermano Barros Tercius.
A ideia, segundo Tercius, é que Brasil e China assinem memorandos de entendimento sobre o assunto durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao país, no dia 20 de novembro.
Ainda não há prazo, no entanto, para que a companhia comece a operar no país. Procurada, a embaixada da China não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem.
A assinatura dos memorandos, se ocorrer, acontecerá pouco mais de dois meses depois do ápice da crise entre Musk e autoridades brasileiras, a qual culminou, em agosto, com a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil.
A SpaceSail é uma empresa privada chinesa sediada em Xangai e atua no mercado de internet banda larga provido por satélites de órbita baixa.
Atualmente, a companhia conta com 18 satélites, mas seus planos incluem o lançamento de até 15 mil até 2030. A título de comparação, estima-se que a Starlink tenha 6 mil.
Conhecidos como LEO (Low Earth Orbit), estes satélites são menores e formam verdadeiras “constelações” ao redor da Terra. Eles ficam a uma distância de aproximadamente 549 km em relação à superfície terrestre, enquanto os convencionais ficariam a quase 1.000 km.
Por estarem mais próximos, o tempo para a transmissão de dados é menor, o que permite uma internet mais rápida e confiável.
No Brasil, a Starlink de Elon Musk é líder e detém 45,9% do mercado de internet via satélite, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Mas o agravamento das tensões entre Musk e autoridades brasileiras levantou rumores sobre os eventuais impactos da dependência do país em relação à empresa do bilionário.
Contatos em meio à crise com Musk
No Brasil, a Starlink de Musk já é líder no mercado de internet via satélite
Getty Images via BBC
Os contatos entre a SpaceSail e o Brasil começaram oficialmente em meados de agosto. No dia 20 daquele mês, uma comitiva liderada pelo presidente da empresa, Jie Zheng, reuniu-se com representantes do governo brasileiro, entre eles o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Os planos da empresa, apresentados à época, incluem entrar em operação no Brasil até 2025.
Para isso, no entanto, a empresa precisa de autorizações junto à Anatel para que, entre outras coisas, a companhia possa construir a infraestrutura em solo que permita que o sinal dos seus satélites possam ser acessados no Brasil.
A SpaceSail funcionaria de forma semelhante à Starlink e outros serviços de internet via satélite. O usuário precisaria instalar uma pequena antena para conseguir acessar a internet.
Segundo Hermano Tercius, um dos memorandos de entendimento negociados entre Brasil e China prevê a colaboração técnica necessária para que serviços como o da SpaceSail possam entrar em funcionamento no país.
“A gente está evoluindo nos textos e nas discussões pra gente ver se a gente assina [o memorando]. Assim, ficaria uma intenção mais concreta de colaboração, que ainda não é um compromisso. [O memorando] É uma intenção de colaborar com o que pode estar faltando para eles [SpaceSail] anteciparem [a entrada em operação]”, diz Tercius à BBC News Brasil.
Ele esteve na China em outubro e se reuniu com representantes do governo chinês sobre o assunto.
O secretário afirmou ainda que não está definido se o memorando vai envolver apenas os ministérios de comunicações dos dois países ou se a SpaceSail e a Telebras, estatal brasileira no setor de telecomunicações, também vão participar do documento.
Uma possibilidade é que a Telebras, que já mantém contratos com o governo federal, possa utilizar os serviços da SpaceSail para fornecer internet de banda larga a escolas ou outras instalações de interesse do governo brasileiro.
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Tercius disse não saber se a crise envolvendo Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram influência nas negociações entre os dois governos. Segundo ele, a busca por novos fornecedores de internet via satélite é uma tentativa do Brasil de evitar a formação de “monopólios” no setor.
“A gente procura, é lógico, evitar monopólios e ter essa competição para que saibamos quem presta o melhor serviço e quem oferece um custo melhor para que a população tenha mais acessibilidade a este tipo de serviço […] Independentemente de como vai evoluir a situação da Starlink, a gente espera que haja maior quantidade de prestadores”, afirma o secretário.
O secretário disse ainda que o governo brasileiro levou à China a proposta de que parte dos lançamentos dos satélites da constelação da SpaceSail sejam feitos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
“O que a gente tentou foi ver com eles a possibilidade de, além deles prestarem serviço ao Brasil, eles possam usar nossa base lançamento de foguetes para lançar os satélites daqui […] vai ser bom para eles porque pode agilizar o cronograma de funcionamento deles, e para nós também é bom porque daria um melhor uso à base de Alcântara”, diz Tercius.
Segundo ele, outro memorando de entendimento que está sendo negociado com a China é sobre a construção de um satélite geoestacionário para atender o Brasil.
De acordo com o secretário, ainda não há definição sobre se este novo satélite atenderia apenas às necessidades de comunicação ou se também poderia ser usado nos sistemas de defesa brasileiro.
Tensão e domínio
O ápice da crise entre Musk e as autoridades brasileiras aconteceu no dia 30 de agosto, quando o STF decidiu suspender as operações do X (antigo Twitter, que Musk comprou em 2022).
A suspensão do X no Brasil foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes após a plataforma fechar seu escritório no Brasil, ficar sem representante legal no país e se recusar a cumprir determinações da Corte relacionadas a inquéritos que investigam milícias digitais.
Musk reagiu às decisões do STF e fez diversas críticas diretas a Moraes. Segundo o bilionário, as decisões seriam um atentado à liberdade de expressão.
A crise, porém, espirrou em outro negócio de Musk: a rede de satélites de órbita baixa Starlink. O STF chegou a determinar o bloqueio das contas da empresa no Brasil depois que o X deixou de pagar multas aplicadas pela Corte.
Em 8 de outubro, o STF autorizou o retorno do funcionamento do X no Brasil após a empresa, segundo a Corte, atender às exigências feitas pelo tribunal.
A escalada da crise em direção à Starlink, no entanto, levou a rumores de que a empresa poderia ter seu funcionamento suspenso no Brasil, a exemplo do que aconteceu com o X. E isso deixou setores da economia e até militares preocupados.
A Starlink é um braço da SpaceX, a companhia de exploração espacial de Elon Musk.
A empresa fornece serviços de internet por meio de uma enorme rede de satélites. No Brasil, ela é frequentemente utilizada por pessoas e instituições que vivem em áreas remotas, onde não há infraestrutura local como cabos e postes — caso de boa parte da Amazônia.
Especialistas no assunto afirmam que a empresa tem hoje a maior constelação de satélites operando no mundo e que é capaz de atender a pelo menos 37 países.
No Brasil, a ascensão da empresa no mercado foi meteórica.
Em janeiro de 2023, segundo a Anatel, a Starlink era a quinta principal provedora do mercado e responsável por 4,7% do mercado de internet via satélite.
Um ano e meio depois, em julho deste ano, a empresa já havia assumido a liderança com 45,9% de participação no mercado.
Atualmente, além de fornecer internet de banda larga para pessoas físicas em áreas isoladas, ela também fornece conexão para embarcações da Marinha, instalações militares do Exército e para plataformas e navios da Petrobras.
Apesar de Hermano Tercius dizer que não sabe se a crise entre Musk e as autoridades brasileiras influenciaram na decisão do governo de buscar novos fornecedores de internet via satélite, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o bilionário não é visto com bons olhos.
Ao longo das eleições presidenciais de 2022, Musk declarou apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). Em meio à crise com o STF, ele acusou o ministro Alexandre de Moraes de ter interferido no resultado das eleições vencidas por Lula.
Em agosto, Lula disse que Musk precisava respeitar as leis brasileiras e que o Brasil não poderia ter “complexo de vira-latas”.
“Ele tem que respeitar a decisão da Suprema Corte Brasileira. Se quiser bem, se não quiser, paciência. Se não for assim, esse país nunca será soberano, esse país não é um país que tem uma sociedade com complexo de vira-lata. Porque o cara americano gritou e a gente fica com medo. Não! Esse cara tem que aceitar as regras desse país”, disse Lula em entrevista à Rádio MaisPB, da Paraíba.
Para o diretor de tecnologia da empresa Sage Networks, Thiago Ayub, a liderança da Starlink se deve à qualidade do serviço oferecido em comparação com seus atuais competidores.
“Essa dominância da Starlink se revela nos indicadores que observamos esse ano, como a de 90% das cidades da Amazônia contendo clientes do serviço ou da preocupação revelada pelas Forças Armadas do Brasil diante de uma possível suspensão do serviço diante do atrito entre a empresa e o STF”, diz Ayub.
Ele avalia, porém, que ampliar o número de fornecedores de internet via satélite pode ser bom para o país.
“Ter múltiplos fornecedores do mesmo produto é um indicador de saúde de qualquer mercado, mas nesse em especial, por ser estratégico, é essencial que o Brasil consiga atrair outros competidores da Starlink na categoria LEO para atender tanto o setor público como o privado”, afirma.
Do ponto de vista chinês, obter novos mercados para este setor é uma das prioridades do governo. Em 2020, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, um dos órgãos executivos mais importantes do país, elencou a criação de uma nova infraestrutura de internet via satélite como um dos principais objetivos do país no curto e médio prazos.
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