Mundo
Cerco da Venezuela à embaixada da Argentina protegida pelo Brasil: cronologia da tensão
Em março, opositores procurados pelo regime de Maduro se abrigaram no prédio. Após a eleição, diplomatas argentinos foram expulsos e Brasil assumiu responsabilidade pelo local, com aval do governo venezuelano que, no fim de semana, retrocedeu. Os últimos dois dias foram marcados por uma escalada de tensão entre o governo venezuelano de Nicolás Maduro e as diplomacias da Argentina e do Brasil.
Na sexta-feira (6), forças venezuelanas cercaram a Embaixada da Argentina, em Caracas, que está sob custódia do Brasil desde a expulsão dos diplomatas argentinos e de outros países por não reconhecerem a vitória de Maduro.”
O abastecimento de energia também foi cortado, e o local passou a ser abastecido por um gerador.
Seis opositores de Maduro, alvos de mandados de prisão estão abrigados na embaixada.
No sábado (7), o governo venezuelano retirou a autorização para o Brasil para proteger os interesses da Argentina, o que inclui a embaixada. No entanto, o Brasil disse que só deixará a custódia quando o governo argentino apresentar um alguém para substituí-lo na função.
Veja, abaixo, a cronologia da escalada de tensão até aqui.
Março de 2024: Ordem de prisão contra opositores e abrigo na embaixada
Em 20 de março de 2024, a Venezuela emitiu ordem de prisão contra seis integrantes da Plataforma Unitária Democrática, a coalizão de partidos de oposição ao regime de Nicolás Maduro. O Ministério Público da Venezuela, controlado por Nicolás Maduro, acusa os seis de terrorismo, ações violentas e desestabilização do país.
Seis dias depois, a Argentina confirmou que seis cidadãos venezuelanos estavam abrigados em sua embaixada.
29 de julho: Eleição e expulsão de diplomatas
➡️ Maduro se diz reeleito; ‘fraude’, diz Milei
Toda a polêmica começou na madrugada do dia 29 de julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), liderado por um aliado de Nicolás Maduro, informou que o presidente havia sido o vencedor da eleição realizada na véspera.
Pouco antes do anúncio, e logo depois dele, o presidente da Argentina, Javier Milei – um crítico de Maduro – postou em suas redes que a Argentina não iria reconhecer “outra fraude”.
Maduro reagiu. No discurso após o anúncio do resultado, chamou Milei de “bicho covarde”, “traidor da pátria” e “fascista e nazista”.
➡️ Maduro expulsa diplomatas
Ainda no 29 de julho, Maduro expulsou todo o corpo diplomático da Argentina e de outros seis países (Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai) que questionaram a sua alegada vitória.
➡️ Argentina pede ajuda ao Brasil
No mesmo dia, a chanceler argentina, Diana Mondino, pediu ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que defendesse os interesses diplomáticos do país na Venezuela.
31 de agosto: Brasil aceita ajudar Argentina
Dois dias depois, em 31 de agosto, o Ministério das Relações Exteriores atendeu ao pedido, e anunciou que iria, na linguagem diplomática, assumir a custódia da embaixada da Argentina na Venezuela e as funções diplomáticas de Buenos Aires em Caracas.
🔎A possibilidade de um país assumir os interesses de outro em determinado território está prevista na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963. É algo raro, mas já aconteceu na década de 1980, quando o Brasil assumiu a responsabilidade pela representação de Buenos Aires em Londres, durante a Guerra das Malvinas (entre ingleses e argentinos).
1º de agosto: Brasil assume diplomacia da Argentina na Venezuela
A assunção das funções na prática aconteceu em 1º de agosto. Nesse dia, a bandeira brasileira foi erguida na residência oficial do embaixador argentino em Caracas, de acordo com o Itamaraty.
“Agradeço enormemente a disposição do Brasil ao assumir a custódia da Embaixada argentina na Venezuela. Também agradecemos a representação momentânea dos interesses da Argentina e de seus cidadãos lá”, disse o presidente da Argentina, Javier Milei, em suas redes sociais.
Funcionário da Embaixada argentina ergue bandeira do Brasil na residência oficial diplomática argentina em Caracas, na Venezuela, em 1º de agosto de 2024
Itamaraty/Divulgação
6 de setembro: forças da Venezuela cercam Embaixada da Argentina
Agentes do regime de Maduro cercaram a embaixada, que teve a luz cortada. Vídeos publicados por um dos opositores detidos no local mostravam carros das forças de segurança com as luzes intermitentes acesas.
Venezuela: Oposição denuncia cerco à embaixada da Argentina
7 de setembro: Venezuela revoga custódia do Brasil, que reage
No dia seguinte (7) a Embaixada da Argentina amanhece sob cerco das forças do país e sem energia elétrica.
Ainda pela manhã, o governo venezuelano revogou a autorização para o governo brasileiro representar os interesses da Argentina no país.
“A República Bolivariana da Venezuela tomou a decisão de revogar de maneira imediata a aprovação concedida pelo governo da República Federativa do Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e de seus nacionais em território venezuelano”, diz um trecho da nota divulgada pela chancelaria venezuelana.
Após o anúncio, o Itamaraty divulgou nota em que se diz surpreso com a mensagem venezuelana, e afirma que permanecerá com a custódia dos interesses argentinos (incluindo a embaixada), até que a Argentina indique um outro país “aceitável para o governo venezuelano” para exercer essa função.
A chancelaria argentina também se pronunciou por meio de nota, na qual adverte o regime de Maduro contra tentativa de retirar os opositores venezuelanos do prédio.
“Qualquer tentativa de intromissão ou rapto dos requerentes de asilo que permanecem na nossa residência oficial será duramente condenada pela comunidade internacional”, diz o texto.
Até a publicação desta reportagem, os governos brasileiros e argentinos não haviam anunciado a assunção da custódia por outro país.
Chancelaria da Argentina agradece ao Brasil por sua posição sobre a Venezuela
Mundo
Cessar-fogo em Gaza: a libertação de reféns israelenses e o retorno de milhares de palestinos
Em Tel Aviv, pessoas se reúnem em praça para assistir a libertação de três reféns do Hamas. Em Gaza, milhares de deslocados voltam para casa após início da trégua. Pessoas esperando a libertação de três reféns, em Tel Aviv
REUTERS
O cessar-fogo entre Israel e Hamas entrou em vigor após um atraso de quase três horas, neste domingo (19). O início da trégua foi adiado após o grupo terrorista demorar para divulgar a lista das primeiras reféns que serão libertadas.
VEJA FOTOS
Pessoas se reúnem em praça para assistir a transmissões da libertação de reféns, em Tel Aviv
REUTERS
Em Tel Aviv, pessoas se reuniram em uma praça para assistir a transmissão da libertação das três reféns que estão mantidas em Gaza desde 7 de outubro de 2023.
Pessoas aguardam a chegada de três reféns do Hamas, em Tel Aviv
REUTERS
As três mulheres fazem parte do primeiro grupo de 33 reféns que serão libertados pelo Hamas nos próximos dias. Em troca, Israel prometeu soltar prisioneiros palestinos e recuar as forças militares dentro da Faixa de Gaza.
Pessoas aguardando a libertação de três reféns do Hamas, em Tel Aviv
REUTERS
PALESTINOS VOLTAM PARA CASA
Palestinos deslocados retornar para suas casas na Faixa de Gaza
REUTERS
Mesmo antes do cessar-fogo entrar em vigor, milhares de palestinos deslocados, com seus pertences, pegaram as estradas em caminhonetes, carroças puxadas por burros e a pé, no norte e no sul da Faixa de Gaza.
Palestino retornando para casa em carroça, no norte da Faixa de Gaza
REUTERS
Palestina voltando para casa com carrinho de bebê, em Gaza
REUTERS
Palestinos voltam para Faixa de Gaza, após cessar-fogo
REUTERS
Palestinos deslocados passam pelos escombros para retornar para suas casas, em Gaza
REUTERS
Após cessar-fogo, palestinos retornam para suas casas em Gaza
REUTERS
De acordo com o texto, 33 reféns do Hamas serão devolvidos na primeira fase da trégua, de 42 dias.
No mesmo período, 737 prisioneiros palestinos serão libertados por Israel, de acordo com o Ministério da Justiça israelense.
Mundo
Metade dos americanos apoia a deportação de todos os imigrantes ilegais, indica pesquisa
Levantamento do jornal The New York Times e do instituto Ipsos indica apoio da população americana às propostas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Trump conversa com jornalistas em sua propriedade em Mar-a-Lago, em janeiro de 2025
AP Photo/Evan Vucci
Uma pesquisa do jornal The New York Times e do instituto Ipsos divulgada neste sábado (18) indica que 55% dos americanos apoiam a deportação de todos os imigrantes ilegais que estão no país. Outros 42% são contrários, e 3% não souberam ou não responderam.
Se o recorte é sobre a deportação de imigrantes ilegais que entraram no país nos últimos quatro anos, o apoio sobe: 66% afirmam ser favoráveis à medida. Outros 33% se dizem contrários, e 4% não souberam ou não responderam.
O levantamento foi feito entre os dias 2 e 10 de janeiro com 2.128 adultos. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais.
Opinião dos americanos sobre imigração
A deportação em massa é uma das promessas de campanha do presidente eleito Donald Trump, que toma posse na segunda-feira (20).
Segundo o jornal The Wall Street Journal, uma grande operação está planejada para terça-feira (21), tendo como alvo imigrantes ilegais que tenham cometido crimes.
Em relação a esse grupo – imigrantes ilegais que tenham cometido crimes – o percentual de apoio à deportação sobe para 87%. Outros 10% são contrários, 3% não souberam ou não responderam.
Apesar de defender a deportação de adultos que entraram ilegalmente nos EUA, a maior parte da população defende manter a cidadania americana para crianças que nasceram no país e são filhas de imigrantes, bem como para imigrantes que entraram ilegalmente no país quando eram crianças.
Expectativa com governo Trump
A maioria dos americanos acha que Trump vai realizar a maior operação de deportação dos Estados Unidos. Para 80%, é provável que o novo governo faça isso. Outros 17% acreditam ser improvável, e 3% não souberam ou não responderam.
Os americanos também acreditam que o novo governo vai aumentar as tarifas de importação para a China e o México, algo que ele tem defendido como uma forma de diminuir a dependência americana a produtos estrangeiros.
Segundo o levantamento, 81% dos americanos, essas taxas provavelmente ficarão mais altas. Outros 15% acreditam que o aumento é improvável, e 4% não souberam ou não responderam.
Expectativa com novo governo Trump
Mundo
EUA terão grande operação contra imigração ilegal no 2º dia de mandato de Trump, diz jornal
Ação é esperada em Chicago, na terça-feira (21), segundo quatro fontes ouvidas pelo ‘Wall Street Journal’. Imigrantes com antecedentes criminais serão os principais alvos. Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos
Getty Images
Uma grande operação contra imigrantes ilegais deve ser desencadeada na terça-feira (21), nos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal “The Wall Street Journal” publicada nesta sexta-feira (17). A ação acontecerá no segundo dia do mandato de Donald Trump como presidente.
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De acordo com a reportagem, quatro fontes com envolvimento no planejamento da operação afirmaram que os alvos serão imigrantes com antecedentes criminais na cidade de Chicago.
A operação será conduzida pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE, na sigla em inglês). Até 200 agentes devem participar das buscas.
Recentemente, o nomeado por Trump para ser o “czar da fronteira”, Tom Homan, afirmou que ações contra imigrantes ilegais começariam por Chicago.
“E se o prefeito de Chicago não quiser ajudar, ele pode sair do caminho. Mas, se ele nos impedir, se ele conscientemente abrigar ou esconder um imigrante ilegal, eu vou processá-lo”, afirmou, segundo o jornal.
A imprensa norte-americana reportou ainda que outras cidades podem ter a mesma operação, como Nova York. A equipe de transição de Trump não comentou o assunto até a última atualização desta reportagem.
O combate à imigração ilegal esteve no centro da campanha de Trump na corrida para as eleições presidenciais. O presidente eleito promete a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos.
É esperado que Trump publique uma série de ordens executivas assim que tomar posse com medidas contra a imigração. O presidente pretende enviar tropas para as fronteiras e retomar a construção do muro entre Estados Unidos e México.
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