Connect with us

Mundo

4 incógnitas em torno do naufrágio do iate de luxo na Itália

Published

on


Uma das perguntas que os investigadors estão fazendo é se um evento climático anormal afundou o iate de luxo Bayesian. Seis corpos foram encontrados após o naufrágio do Bayesian na costa de Palermo, na Sicília
EPA/via BBC
Ainda demorará muito até que se saiba como foi exatamente o naufrágio do iate Bayesian que navegava sob a bandeira do Reino Unido.
O super iate de luxo transportava 22 pessoas quando uma forte tempestade que criou trombas d’água o atingiu na manhã de segunda-feira (19/8).
Seis corpos foram resgatados do naufrágio.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Especula-se sobre o que deu errado, e se a culpa foi do capitão, da tripulação ou por conta de falhas do próprio iate.
Mas especialistas disseram à BBC que provavelmente foi um fenômeno climático incomum e que ninguém é necessariamente culpado.
Estas são as principais perguntas que os investigadores farão ao apurar as causas da tragédia.
1. A quilha estava levantada? Se sim, por quê?
Uma das principais questões enfrentadas pelos investigadores é o papel da quilha do navio.
A quilha é uma parte alongada do barco em forma de barbatana que se sobressai de sua base.
A parte inferior da quilha, que é a parte mais baixa do barco, contém um peso enorme, o bulbo, que mantém o barco estável.
Quando o vento empurra o barco para um lado, a quilha sobe na água até que, como uma gangorra, o peso da quilha empurra o barco para trás para nivelá-lo.
Leia mais:
Três andares, seis suítes, design premiado: conheça por dentro o iate que naufragou na Itália; INFOGRÁFICO
Quem foi Mike Lynch, bilionário da tecnologia que morreu em naufrágio de iate na Itália
Família de bilionário se diz ‘devastada e em choque’ em 1ª fala após acidente
Em um barco do tamanho do Bayesian, as quilhas costumam ser projetadas para retrair, para que o navio possa atracar em áreas não tão profundas, como um porto.
Quando a quilha está numa posição elevada, o barco fica muito menos estável.
Neste caso, os restos do Bayesian foram encontrados a 50 m de profundidade, sugerindo que não havia razão para que a quilha precisasse ser retraída.
Mas isso não significa que o capitão ou a tripulação foram os culpados.
“Mesmo sem a quilha totalmente estendida, o barco é estável e apenas um grande fluxo de água poderia ter causado o naufrágio”, disse o porta-voz do The Italian Sea Group, dono da empresa que construiu o Bayesian, ao jornal Telegraph.
Os investigadores vão querer saber se a quilha estava “elevada, abaixada ou algo intermediário”, diz Jean-Baptiste Souppez, membro do Royal Institute of Naval Architects e editor-chefe do Journal of Sailing Technology.
2. Que medidas a tripulação tomou durante o alerta meteorológico?
O capitão do Bayesian, James Cutfield, teria dito à imprensa italiana que não poderia ter previsto a tempestade que atingiu o iate.
Mas sabemos que o mau tempo foi previsto de antemão.
Luca Mercalli, presidente da Sociedade Meteorológica Italiana, disse na terça-feira (20/8) que, dada a má previsão, a tripulação deveria ter se assegurado de que todos os convidados estavam acordados e que todos tivessem coletes salva-vidas.
Um sobrevivente teria dito à equipe médica que o navio começou a afundar apenas dois minutos depois de ela dormir.
O mau tempo é uma coisa, mas uma tromba d’água marinha é algo totalmente diferente. E não é algo que a tripulação pudesse ter previsto.
Um especialista local na Sicília disse à agência de notícias Reuters que o primeiro foco da investigação seria se a tripulação do iate não havia fechado as escotilhas de acesso antes do mau tempo chegar.
Mas, num navio deste tamanho, as escotilhas abertas por si só provavelmente não teriam sido suficientes para causar o afundamento do Bayesian, dizem os especialistas.
Existem também outros pontos de entrada de água ao redor do navio, conhecidos como “pontos de inundação”, que existem para permitir a ventilação da casa de máquinas, entre outras coisas.
“Obviamente haverá perguntas sobre a tripulação, o que aconteceu e se eles estavam preparados”, diz Souppez.
“Mas acho importante lembrar que o navio afundou em questão de minutos, então, na realidade, para a tripulação conseguir manter vivas tantas pessoas a bordo no meio da noite, lançar o sinalizador e agir no estresse do momento é uma tarefa difícil”, ressalta.
“É muito difícil dizer com precisão o que aconteceu aqui”, disse Paul Stott, membro do Royal Institute of Naval Architects.
“Mas é improvável que a tripulação pudesse ter reagido de alguma forma para salvar o iate diante de um evento climático tão repentino e catastrófico.”
3. Como o navio afundou tão rapidamente?
Um médico que tratou dos sobreviventes indicou que o barco “virou em poucos minutos”.
Uma questão fundamental é como exatamente isso aconteceu e como aconteceu tão rapidamente.
“Para o barco afundar, especialmente nessa velocidade, a água entra no barco em toda a sua extensão”, diz Jean-Baptiste Souppez.
“Barcos como este não foram projetados para resistir a qualquer período de tempo a 90 graus”, acrescenta.
“Portanto, se o navio estivesse a 90 graus, então seria de esperar que a água entrasse, independentemente se as escotilhas estivessem abertas ou não. Embora isso obviamente acelerasse o processo.”
Alguns especularam que uma tromba d’água marinha que sobrevoava o Bayesian poderia ter sido “estourada” pelo mastro, despejando uma grande quantidade de água no navio e afundando-o rapidamente.
4. Foi apenas um acidente incomum, causado pelo clima?
Testemunhas disseram que viram uma tromba d’água se formar durante a tempestade antes do afundamento do Bayesian.
A maioria das pessoas sabe como são os tornados: são colunas giratórias de ventos destrutivos que se projetam da base das nuvens até o solo.
De acordo com especialistas em meteorologia da BBC, as trombas d’água também são assim, mas ocorrem sobre a água e não sobre a terra.
Com o aumento da temperatura do mar devido às alterações climáticas, há preocupações de que se tornem mais comuns.
De acordo com o Centro Internacional de Pesquisa de Trombas Marinhas, ocorreram 18 trombas d’água confirmadas na costa da Itália somente no dia 19 de agosto.
Mas a probabilidade de uma delas atingir diretamente um navio, como se especula que poderia ter acontecido aqui, permanece muito baixa.
“Acho que o resultado final será que, mesmo que tenha havido problemas com a quilha ou com as escotilhas abertas, provavelmente ainda estamos diante de um acidente climático incomum”, diz Souppez.
Por sua vez, Paul Stott diz que “é provável que este seja um projeto moderno muito seguro que encontrou condições climáticas anormais para as quais nada foi projetado”.

Anúncios

Mundo

Rússia diz que fez testes de disparos de mísseis no Mediterrâneo oriental; Ucrânia testa novo míssil nacional

Published

on


Teste incluiu mísseis hipersônicos, segundo comunicado do ministério da Defesa russo. Tensões entre Rússia e potências ocidentais se acirraram nas últimas semanas com permissão para uso de mísseis de longo alcance americanos e britânicos na guerra. Fragata da Marinha russa dispara um míssil hipersônico antinavio Zircon durante teste na parte oriental do Mar Mediterrâneo em 3 de dezembro de 2024.
Ministério da Defesa da Rússia
A Rússia disse nesta terça-feira (3) que fez testes envolvendo disparos de mísseis, alguns deles hipersônicos, no Mediterrâneo oriental. O teste ocorre em meio a um aumento de tensões com o Ocidente por conta do uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia na guerra e no mesmo momento em que seu aliado sírio, Bashar al-Assad, perde terreno para uma coalizão de rebeldes liderados por islamistas radicais.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
“Mísseis de alta precisão foram disparados no mar e no ar no leste do Mediterrâneo em um exercício para testar os métodos de ação conjunta da Marinha e da Força Aérea russas”, disse o Ministério da Defesa em um comunicado.
Durante esses exercícios, os mísseis hipersônicos Zirkon e um míssil de cruzeiro Kalibr foram lançados das fragatas “Amiral Gorchkov” e “Amiral Golovko”, bem como do submarino “Novorossiysk”, informou o ministério.
“Os alvos designados foram atingidos por ataques diretos”, acrescentou, observando que os exercícios, que envolveram mais de 1.000 militares, dez navios e 24 aeronaves, foram planejados com antecedência.
A Rússia é um dos principais aliados do presidente Bashar al-Assad e tem uma base naval e uma base aérea na Síria, onde intervém militarmente desde 2015.
Na semana passada, grupos rebeldes liderados pelos islamistas radicais do Hayat Tahrir al Sham, o antigo ramo sírio da Al Qaeda, lançaram uma ofensiva contra o Exército sírio, tomando rapidamente dezenas de cidades e grande parte da segunda cidade do país, Aleppo.
Os confrontos são os primeiros de tal magnitude em vários anos na Síria, onde as hostilidades haviam praticamente cessado entre os beligerantes apoiados por várias potências regionais e internacionais com interesses divergentes na guerra devastadora que começou em 2011.
Teste de míssil ucraniano
A Ucrânia realizou um teste de novos mísseis produzidos nacionalmente e está acelerando a produção de mísseis, disse o presidente Volodymyr Zelensky nesta terça-feira.
Zelensky informou no aplicativo de mensagens Telegram que recebeu relatórios de suas forças armadas sobre o teste.
“Podemos agradecer aos nossos desenvolvedores de mísseis ucranianos. Estamos acelerando a produção”, afirmou, sem fornecer mais detalhes.
Em agosto, Zelensky havia anunciado que a Ucrânia realizou seu primeiro teste de um míssil balístico produzido internamente.
A Ucrânia, envolvida em uma guerra de 33 meses contra uma Rússia muito maior e militarmente mais bem equipada, está intensificando a produção doméstica na tentativa de acelerar o fornecimento de armas e reduzir sua dependência de ajuda dos países ocidentais.

Anúncios
Continue Reading

Mundo

Caravana de migrantes tenta chegar aos EUA antes da posse de Trump: 'Temos que acelerar o passo'

Published

on


Grupo é o terceiro a tentar chegar nos Estados Unidos desde as eleições presidenciais. Trump promete maior deportação da história assim que assumir o cargo. ARQUIVO: Migrante tenta chegar aos Estados Unidos pelo Rio Grande, na fronteira com o Texas em 11 de julho de 2023
Eric Gay/AP
Uma nova caravana de migrantes partiu nesta segunda-feira (2) do sul do México em direção aos Estados Unidos com a esperança de chegar ao país norte-americano antes de Donald Trump tomar posse.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Pouco antes do amanhecer, a caravana cruzou uma cidade que fica próxima à fronteira com a Guatemala para seguir caminho pela estrada, constatou a AFP.
“Temos que acelerar o passo, não sabemos que medidas [Trump] vai tomar”, disse à AFP o venezuelano Alexander Altuve, de 38 anos.
Trump, vencedor da eleição presidencial de 5 de novembro, prometeu declarar estado de emergência nos EUA e recorrer ao exército para realizar “a maior operação de deportação” assim que tomar posse em 20 de janeiro.
A caravana, a terceira desde as eleições americanas, é composta principalmente por venezuelanos e jovens, além de famílias com crianças pequenas.
“Decidimos andar porque em nosso país a situação está muito, muito crítica […] Decidimos fazer esta caminhada para buscar um futuro melhor”, comentou José Luis Fernánadez, um cubano de 35 anos.
Trump classifica como “invasão” a entrada de imigrantes sem visto nos Estados Unidos e ameaçou o governo do México com tarifas de 25% sobre as importações caso não consiga conter a chegada de estrangeiros sem documentos.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, conversou por telefone com Trump na semana passada para apresentar a estratégia do México no combate à migração ilegal e às drogas.
Durante a ligação, Sheinbaum informou a Trump que as caravanas de migrantes não chegam mais à fronteira graças às ações das autoridades mexicanas.
Os migrantes frequentemente organizam essas caravanas para pressionar pela emissão de salvo-condutos que lhes permitem seguir viagem pelo território mexicano sem medo de serem deportados.
Embora Trump e Sheinbaum tenham expressado satisfação com a conversa, surgiram divergências. Enquanto o republicano afirmou que o México fecharia sua fronteira, a presidente negou ter assumido tal compromisso.
O México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, para onde destina pouco mais de 80% de suas exportações.
Diante do endurecimento das políticas migratórias, das ameaças de Trump e dos riscos de atravessar a fronteira clandestinamente, muitos migrantes têm buscado entrar nos Estados Unidos por meio de um agendamento no aplicativo CBP One, que permite pedir asilo formalmente.
LEIA TAMBÉM
Trump diz que Hamas ‘vai pagar caro’ se não libertar reféns israelenses até a sua posse
Primeiro-ministro da França vira alvo de moção de desconfiança no Parlamento e pode perder o cargo
Vice das Filipinas ameaça presidente de morte, e deputados protocolam pedido de impeachment
Trump promete deportação em massa de imigrantes que começará em cidade alvo de boato sobre
VÍDEOS: mais assistidos do g1

Anúncios
Continue Reading

Mundo

Governo da Geórgia descarta novas eleições gerais apesar de protestos que contestam resultados

Published

on


O pleito, que ocorreu em 26 de outubro, foi vencido pelo partido governista Sonho Georgiano, acusado de proximidade com a Rússia. A oposição, no entanto, denuncia que as eleições foram marcadas por irregularidades. Manifestação em Tiblisi, na Geórgia
Reprodução/TV Globo
O governo da Geórgia descartou, neste domingo (1º), a realização de novas eleições legislativas no país, como tem exigido a oposição.
“Claro que não”, respondeu o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze aos jornalistas que lhe perguntaram se o governo, acusado de uma deriva autoritária pró-russa, aceitaria organizar um novo pleito.
As eleições na Geórgia ocorreram em 26 de outubro e foram vencidas pelo partido governista Sonho Georgiano, acusado de proximidade com a Rússia.
A oposição, no entanto, cuja proposta é acelerar a integração do país com a União Europeia, denunciou que o pleito foi marcado por irregularidades e passou a exigir uma nova votação. (leia mais abaixo)
Inclusive, a presidente Salomé Zourabichvili anunciou que se recusaria a entregar o mandato no fim do ano, enquanto novas eleições legislativas não acontecessem.
Há três noites consecutivas, o país vive uma série de manifestações pró-UE, que tem sido dispersadas pela polícia.
Manifestações pró-UE
Mais de 100 são presos em protestos na Geórgia
Os protestos nas ruas da Geórgia, que reuniram milhares de manifestantes, foram provocadas pela decisão do governo de adiar para 2028 as ambições do país de integrar a União Europeia.
As manifestações em Tbilisi e outras cidades foram reprimidas com jatos de água e gás lacrimogêneo pela polícia, que realizou mais de 150 prisões. Dezenas de policiais foram feridos por projéteis e fogos de artifício lançados pelos manifestantes.
A nova chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, criticou o uso desproporcional da força pela polícia.
“É claro que o uso da violência contra manifestantes pacíficos não é aceitável e que o governo georgiano deve respeitar a vontade do povo georgiano”, afirmou ela durante uma visita de apoio à Ucrânia, no primeiro dia de seu mandato.
“Votamos para a União Europeia, pela liberdade, pelos direitos humanos. E o que nosso governo está fazendo? O exato oposto”, denunciou no sábado (30) Ani Bakhtouridzé, uma manifestante de 32 anos.
O Ministério do Interior, por sua vez, afirmou que “as ações de certos indivíduos presentes na manifestação se tornaram violentas pouco depois de seu início” e que a polícia respondeu “conforme a lei”.
Paralelamente às manifestações, centenas de funcionários públicos, incluindo do Ministério das Relações Exteriores, da Defesa e da Educação, bem como juízes, publicaram declarações conjuntas em sinal de protesto. Mais de cem escolas e universidades suspenderam suas atividades.
Cerca de 160 diplomatas georgianos também criticaram a decisão do governo, considerando que ela contrariava a Constituição e levaria “ao isolamento internacional” do país. Muitos embaixadores georgianos renunciaram em sinal de protesto.
A presidente pró-europeia do país, Salomé Zourabichvili, apoia o movimento de protesto, mas tem poderes limitados. Ela garantiu que não deixaria seu cargo como previsto no final de dezembro.
“Enquanto não houver novas eleições e um Parlamento que eleja um novo presidente de acordo com novas regras, meu mandato continuará”, afirmou ela em uma entrevista exclusiva à AFP.
A ex-diplomata francesa, nascida em Paris, anunciou que estabeleceu no sábado um “conselho nacional” composto por partidos da oposição e representantes da sociedade civil.
‘Graves irregularidades’ 
A chefe da diplomacia europeia, que assumiu o cargo neste domingo (1º), declarou que a situação na Geórgia tinha “consequências claras” para as relações com a UE.
Kaja Kallas explicou que “opções” foram propostas aos 27 Estados membros da UE sobre como reagir, inclusive com a imposição de sanções, e que um acordo sobre o assunto deveria ser alcançado.
O governo georgiano, por sua vez, acusa Bruxelas de “chantagem”, mas ainda garante que pretende integrar a UE até 2030.
Após a votação de outubro, um grupo de observadores eleitorais da Geórgia afirmou ter provas de um sistema complexo de fraude eleitoral em grande escala.
Bruxelas exigiu uma investigação sobre o que qualificou como “graves” irregularidades.
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, “condenou o uso excessivo da força contra os georgianos que exercem sua liberdade de manifestação”. “Suspendemos nossa parceria estratégica com a Geórgia”, acrescentou ele.
A França, o Reino Unido, a Ucrânia, a Polônia, a Suécia e a Lituânia também expressaram suas preocupações.

Anúncios
Continue Reading

0 Items Found

No listings found.

Em alta