Mundo
Maduro deu sinais claros de que não tem interesse em negociar
Aprovação de lei contra ONGs mostra que isolamento da Venezuela não incomoda ditador: ele atua para consolidar o poder, embalado por falta de legitimidade e repressão. Maduro comparece à Suprema Corte venezuelana
Federico PARRA / AFP
Nicolás Maduro já deu todos os sinais de que não tem interesse em negociar sobre o resultado eleitoral ou mudar o seu status quo na Venezuela. O isolamento do país na região tampouco o incomoda; ele prefere aliar-se a outras autocracias, como Nicarágua, Rússia e China.
As propostas de uma solução pacífica para crise política implicariam uma mudança de postura do regime venezuelano, e isso não está em questão, conforme as medidas tomadas desde o dia 28 de julho.
Todos os caminhos na Venezuela levam a consolidar o poder de Maduro. As atas de votação não foram nem serão apresentadas pelo Conselho Nacional Eleitoral, que delegou o assunto ao Tribunal Supremo de Justiça, também alinhado ao regime. A cúpula das forças armadas reforçou o apoio incondicional ao ditador, sustentando a sua permanência no cargo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem razão quando avalia que a situação no país vizinho está deteriorada. Com a ajuda da Colômbia, Brasil, contudo, lança propostas que soam infrutíferas, como a realização de novas eleições ou um governo de coalizão na Venezuela.
Lula parece querer ganhar tempo para sair do imbróglio em que se meteu — o de botar fé em Maduro e acreditar que as eleições pela via da legitimidade seriam possíveis na Venezuela. Firmado em outubro passado, o Acordo de Barbados está aí para mostrar que o ditador não é confiável em qualquer negociação.
Maduro desrespeitou a maioria dos artigos a que se comprometeu, até concluir, quatro meses depois, que o pacto estava “ferido mortalmente”, elucubrando teorias conspiratórias.
As eleições foram antecipadas pelo ditador, e a participação da líder opositora, María Corina Machado, vetada por determinação do regime. Ainda assim, o pleito se realizou com um desafiante desconhecido, Edmundo González Urrutia, que em pouco tempo ganhou prestígio, tornando-se a expressão do desagrado popular a Maduro.
Tudo que aconteceu antes e depois de 28 de julho seguiu o script madurista, embalado por descrédito, falta de legitimidade e repressão. Resultados tão discrepantes como os apresentados pelo regime e pela oposição deveriam supor, a princípio, uma auditagem independente. Mas essas ferramentas não estão disponíveis ou previstas no regime perpetrado há 25 anos no país.
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Graças às ONGs que sobrevivem às duras penas na Venezuela, como o Foro Penal, sabemos que 1.406 pessoas foram presas desde o fim das eleições e mais de 20 assassinadas nos protestos que se seguiram. Vinte e cinco entidades denunciaram a anulação de passaportes a ativistas, defensores de direitos humanos e jornalistas dentro e fora da Venezuela.
Em pouco tempo, a atuação das ONGs, essenciais na missão de preservar o restrito espaço cívico no país, será limitada, após aprovação nesta quinta-feira, por unanimidade, de um projeto de lei, na Assembleia Nacional, que visa ao seu controle pelo governo.
Os opositores a apelidaram de “Lei Anti-Sociedade”, tal o estrago que fará à população venezuelana. O timing de sua aprovação diz muito sobre as intenções de Maduro e o seu desprezo pelo diálogo político.
Mundo
Cessar-fogo em Gaza: a libertação de reféns israelenses e o retorno de milhares de palestinos
Em Tel Aviv, pessoas se reúnem em praça para assistir a libertação de três reféns do Hamas. Em Gaza, milhares de deslocados voltam para casa após início da trégua. Pessoas esperando a libertação de três reféns, em Tel Aviv
REUTERS
O cessar-fogo entre Israel e Hamas entrou em vigor após um atraso de quase três horas, neste domingo (19). O início da trégua foi adiado após o grupo terrorista demorar para divulgar a lista das primeiras reféns que serão libertadas.
VEJA FOTOS
Pessoas se reúnem em praça para assistir a transmissões da libertação de reféns, em Tel Aviv
REUTERS
Em Tel Aviv, pessoas se reuniram em uma praça para assistir a transmissão da libertação das três reféns que estão mantidas em Gaza desde 7 de outubro de 2023.
Pessoas aguardam a chegada de três reféns do Hamas, em Tel Aviv
REUTERS
As três mulheres fazem parte do primeiro grupo de 33 reféns que serão libertados pelo Hamas nos próximos dias. Em troca, Israel prometeu soltar prisioneiros palestinos e recuar as forças militares dentro da Faixa de Gaza.
Pessoas aguardando a libertação de três reféns do Hamas, em Tel Aviv
REUTERS
PALESTINOS VOLTAM PARA CASA
Palestinos deslocados retornar para suas casas na Faixa de Gaza
REUTERS
Mesmo antes do cessar-fogo entrar em vigor, milhares de palestinos deslocados, com seus pertences, pegaram as estradas em caminhonetes, carroças puxadas por burros e a pé, no norte e no sul da Faixa de Gaza.
Palestino retornando para casa em carroça, no norte da Faixa de Gaza
REUTERS
Palestina voltando para casa com carrinho de bebê, em Gaza
REUTERS
Palestinos voltam para Faixa de Gaza, após cessar-fogo
REUTERS
Palestinos deslocados passam pelos escombros para retornar para suas casas, em Gaza
REUTERS
Após cessar-fogo, palestinos retornam para suas casas em Gaza
REUTERS
De acordo com o texto, 33 reféns do Hamas serão devolvidos na primeira fase da trégua, de 42 dias.
No mesmo período, 737 prisioneiros palestinos serão libertados por Israel, de acordo com o Ministério da Justiça israelense.
Mundo
Metade dos americanos apoia a deportação de todos os imigrantes ilegais, indica pesquisa
Levantamento do jornal The New York Times e do instituto Ipsos indica apoio da população americana às propostas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Trump conversa com jornalistas em sua propriedade em Mar-a-Lago, em janeiro de 2025
AP Photo/Evan Vucci
Uma pesquisa do jornal The New York Times e do instituto Ipsos divulgada neste sábado (18) indica que 55% dos americanos apoiam a deportação de todos os imigrantes ilegais que estão no país. Outros 42% são contrários, e 3% não souberam ou não responderam.
Se o recorte é sobre a deportação de imigrantes ilegais que entraram no país nos últimos quatro anos, o apoio sobe: 66% afirmam ser favoráveis à medida. Outros 33% se dizem contrários, e 4% não souberam ou não responderam.
O levantamento foi feito entre os dias 2 e 10 de janeiro com 2.128 adultos. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais.
Opinião dos americanos sobre imigração
A deportação em massa é uma das promessas de campanha do presidente eleito Donald Trump, que toma posse na segunda-feira (20).
Segundo o jornal The Wall Street Journal, uma grande operação está planejada para terça-feira (21), tendo como alvo imigrantes ilegais que tenham cometido crimes.
Em relação a esse grupo – imigrantes ilegais que tenham cometido crimes – o percentual de apoio à deportação sobe para 87%. Outros 10% são contrários, 3% não souberam ou não responderam.
Apesar de defender a deportação de adultos que entraram ilegalmente nos EUA, a maior parte da população defende manter a cidadania americana para crianças que nasceram no país e são filhas de imigrantes, bem como para imigrantes que entraram ilegalmente no país quando eram crianças.
Expectativa com governo Trump
A maioria dos americanos acha que Trump vai realizar a maior operação de deportação dos Estados Unidos. Para 80%, é provável que o novo governo faça isso. Outros 17% acreditam ser improvável, e 3% não souberam ou não responderam.
Os americanos também acreditam que o novo governo vai aumentar as tarifas de importação para a China e o México, algo que ele tem defendido como uma forma de diminuir a dependência americana a produtos estrangeiros.
Segundo o levantamento, 81% dos americanos, essas taxas provavelmente ficarão mais altas. Outros 15% acreditam que o aumento é improvável, e 4% não souberam ou não responderam.
Expectativa com novo governo Trump
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EUA terão grande operação contra imigração ilegal no 2º dia de mandato de Trump, diz jornal
Ação é esperada em Chicago, na terça-feira (21), segundo quatro fontes ouvidas pelo ‘Wall Street Journal’. Imigrantes com antecedentes criminais serão os principais alvos. Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos
Getty Images
Uma grande operação contra imigrantes ilegais deve ser desencadeada na terça-feira (21), nos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal “The Wall Street Journal” publicada nesta sexta-feira (17). A ação acontecerá no segundo dia do mandato de Donald Trump como presidente.
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De acordo com a reportagem, quatro fontes com envolvimento no planejamento da operação afirmaram que os alvos serão imigrantes com antecedentes criminais na cidade de Chicago.
A operação será conduzida pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE, na sigla em inglês). Até 200 agentes devem participar das buscas.
Recentemente, o nomeado por Trump para ser o “czar da fronteira”, Tom Homan, afirmou que ações contra imigrantes ilegais começariam por Chicago.
“E se o prefeito de Chicago não quiser ajudar, ele pode sair do caminho. Mas, se ele nos impedir, se ele conscientemente abrigar ou esconder um imigrante ilegal, eu vou processá-lo”, afirmou, segundo o jornal.
A imprensa norte-americana reportou ainda que outras cidades podem ter a mesma operação, como Nova York. A equipe de transição de Trump não comentou o assunto até a última atualização desta reportagem.
O combate à imigração ilegal esteve no centro da campanha de Trump na corrida para as eleições presidenciais. O presidente eleito promete a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos.
É esperado que Trump publique uma série de ordens executivas assim que tomar posse com medidas contra a imigração. O presidente pretende enviar tropas para as fronteiras e retomar a construção do muro entre Estados Unidos e México.
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