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Pop

'Estrela da Casa': Conheça os participantes do novo reality da TV Globo

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Com estreia de 13 de agosto, o programa é uma competição musical com exibição diária na TV Globo, transmissão 24 horas no Globoplay e desdobramentos no Multishow e Gshow.
MC Mayarah, Rodrigo Garcia e Heloísa Araujo, de ‘Estrela da Casa’
Divulgação
Os participantes do mais novo reality show da TV Globo, “Estrela da Casa”, foram anunciados nesta quinta-feira (8). O programa estreia dia 13 de agosto.
Dirigido por Boninho, “Estrela da Casa” é uma competição musical com exibição diária na TV Globo, transmissão 24 horas no Globoplay e desdobramentos no Multishow e Gshow.
Veja a seguir a lista dos participantes.
MC Mayarah
MC Mayarah, participante do ‘Estrela da Casa’
Divulgação
Aos 29 anos, MC Mayarah é carioca e mora na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Sua paixão pela música teve início quando ingressou em um coral evangélico por incentivo do avô, ainda na infância.
Ela nunca estudou teoria musical, mas adora compor. Suas letras retratam sua origem humilde e o empoderamento feminino. Seu estilo é o funk, gênero musical com o qual quer perseguir a oportunidade de realizar seus sonhos.
“É a minha chance de ter um quintal grande para o meu filho correr e poder colocar uma piscina de mil litros”, diz a artista, que também atua como camelô.
Mayarah se considera muito amiga, “dez a dez” e brincalhona, mas ressalva que não gosta de falsidade, e pretende se manter assim no reality.
“Se tiver triste, vai sorrir. Se tiver para baixo, vai sorrir. Mas no babado, na confusão, sou Mayarão. Meu defeito é falar na cara.”

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Rodrigo Garcia
Rodrigo Garcia, do ‘Estrela da Casa’
Divulgação
Aos 24 anos, Rodrigo Garcia mora em Manaus, no Amazonas. Cresceu vendo o tio brincar de ser DJ nas festas de família e sempre ouviu todo tipo de música, mas foram as bandas de forró e piseiro, — ritmo que vai defender no reality — que o conquistaram.
Ele começou a cantar na adolescência, época em que também aprendeu sozinho a tocar violão depois de uma desilusão amorosa.
“No final busquei o que eu gosto, quero e sonho. Quero a oportunidade de mostrar tudo isso para as pessoas que não acreditaram em mim”, afirma Garcia, que é garçom, cantor e compositor.
“Eu dou um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair. Sou um baixinho arretado e muito debochado, não consigo esconder. Fica nítido na minha cara quando não gosto de algo”, diz ele, que ainda diz ser muito animado, elétrico e brincalhão.
Rodrigo entra na casa solteiro e conta que, mesmo nunca tendo namorado, observa e aprende com os erros de outras pessoas e, por isso, suas composições sempre têm o amor como tema principal.
Heloísa Araújo
Heloísa Araújo, do ‘Estrela da Casa’
Divulgação
Aos 23 anos, Heloísa Araújo é artesã, cantora e compositora. Mora na aldeia Kariri-Xocó, em Porto Real do Colégio, em Alagoas.
Orgulhosa de suas origens, a jovem começou a ter contato com a música ainda pequena por influência do avô, que desde cedo ensinou para ela cantos nativos. Ela conta que gosta de compor sobre a luta e o cotidiano do seu povo.
Fã de Marília Mendonça, Heloísa canta sertanejo romântico, ritmo que vai representar na competição. No repertório, tem elementos indígenas, como tambores e chocalhos. Ela se descreve como nordestina de personalidade forte, mas ressalta que gosta de ajudar os outros, é alegre e adora fazer piadas.
Confessa ser estressada, ter o pavio curto: “Eu bato boca, não tenho vergonha de mostrar esse meu lado. Quando eu vejo que algo está errado, quero resolver”. Competitiva, também se considera fofoqueira ou, como diz, “fuxiqueira chique”. Com o ‘Estrela da Casa’, Heloisa quer projetar a carreira nacionalmente e mostrar a força indígena do nordeste do Brasil. “Não existe ninguém melhor do que nós mesmos para falar da nossa história”, justifica.
Ramalho
Ramalho, de ‘Estrela da Casa’
Divulgação
Aos 23 anos, Ramalho é cantor e compositor rapper. Inspirado pelo pai, que cantava em barzinhos, o paulistano descobriu sua vocação durante a adolescência, em batalhas de rima no recreio da escola e nas pistas de skate.
“Estou no corre de alcançar o respeito das minhas referências, mas também fazer nome no rap nacional. Quero ser um espelho para os artistas independentes, que não têm recurso e acesso. Estou aqui para mostrar que a gente consegue e faz o negócio virar”, revela ele, que tem Djonga, Racionais MCs e Dexter como inspirações na música.
Ramalho diz que é ansioso, ambicioso e às vezes inseguro, mas que está pronto para encarar qualquer desafio em confinamento: “Eu sou único e original. O que eu tiver para falar, não vou ficar quieto, vou me expressar. Vou me dedicar nas provas com muito sangue no olho para o Brasil inteiro saber quem é o Ramalho”, conta ele.
O cantor é casado e afirma que a esposa é uma grande incentivadora na missão de “fazer o corre virar”.
Gael Vicci
Gael Vicci, de ‘Estrela da Casa’
Divulgação
Aos 18 anos, Gael Vicci é cantor e compositor. Nasceu em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro, mas mora em São Paulo. Cresceu vendo a mãe e a avó cantarem na igreja e, assim, se apaixonou pela música, ainda na infância.
Aos dez anos, ingressou no teatro e não saiu mais. Hoje, trabalha com teatro musical e contação de histórias para crianças.
“Sei que ainda tenho muito para viver, mas o que vivi tem me ajudado a criar bagagem artística e maturidade”, afirma ele, que costuma compor sobre amor e suas próprias vivências.
Gael se considera bastante falante e ligado no 220 volts. Tem como hobby o karaokê e conta que o fato de ser “muito cantante” já virou uma brincadeira entre seus amigos, que de vez em quando pedem que ele se desligue um pouco. Mas ele não se importa: “Gosto de ser assim. Acho que a vida não é só a gente ser triste”.
Solteiro, diz estar animado para viver novas experiências e mostrar sua arte e seus sentimentos para as pessoas. É apaixonado por MPB e música pop, gênero que vai defender na disputa.

Pop

The Town anuncia Green Day, Sex Pistols, Iggy Pop e Pitty como atrações do dia de rock da próxima edição

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Festival acontecerá nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro de 2025, no Autódromo de Interlagos, na capital paulista. Billie Joe, do Green Day, durante show na Arena Anhembi, em São Paulo, em 2017
Marcelo Brandt/G1
A banda Green Day será uma das principais atrações do The Town 2025, que acontecerá nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro, no Autódromo de Interlagos, na capital paulista. O anúncio foi feito nesta terça-feira (3) no Jornal Nacional.
O grupo será o headliner do dia 7, data em que o festival celebrará o rock. Além do Green Day, o dia terá Sex Pistols, Iggy Pop e Pitty.
No palco Skyline, se apresentarão Green Day e Sex Pistols. Enquanto Iggy Pop e Pitty subirão no The One. As demais atrações da data ainda não foram divulgadas.
A segunda edição do The Town também terá a popstar Katy Perry, no dia 12. Essa será a quinta vez da artista no país. Ela, inclusive, esteve aqui em setembro deste ano, quando cantou no Rock in Rio. Mesmo dia em que ela lançou o álbum “143”, das faixas como “Woman’s World” e “Lifetimes”.

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Pop

Como 'Ainda Estou Aqui' inspira jovens a compartilhar no TikTok histórias de pais e avós torturados na ditadura

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Relatos ganharam milhões de visualizações e trouxeram à tona histórias de tortura, exílio e perseguição. O pai de Maria Petrucci sofreu traumas e sempre falava sobre o assunto com muito receio e medo
Maria Petrucci/Arquivo Pessoal
Maria Petrucci, de 22 anos, teve o pai preso por militares durante a ditadura no início dos anos 1970.
Luana Lungaretti, de 22 anos, também sofreu com a tortura e prisão do pai por agentes no DOI-CODI, na mesma década.
Já Elisa Nunes, de 21 anos, teve a avó exilada na França durante dez anos nesta mesma época.
As três jovens, de idades semelhantes, compartilham histórias de familiares marcados pela repressão do regime militar brasileiro, que durou 21 anos.
Os relatos foram compartilhados graças a uma trend no TikTok, inspirada no filme Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, e que rendeu postagens virais, com mais de quatro milhões de visualizações.
Um dos primeiros vídeos foi o de Maria, onde ela segura a foto 3×4 do pai, preso na época, e escreve: “O impacto de ver esse filme sendo filha de um preso político da ditadura que hoje tem Alzheimer em estado avançado”.
A história da ‘Casa da Morte’ contada por única sobrevivente
‘Meus avós esconderam mistério sobre morte do meu pai na ditadura’
Como funcionava o SNI, o ‘monstro’ da repressão criado pela ditadura militar há 60 anos
O post tinha como trilha sonora a música “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo”, do cantor Erasmo Carlos, e que compõe o longa.
Após essa publicação, outros jovens começaram a compartilhar relatos sobre pais e avós que sofreram com a perseguição, destacando como o filme se tornou um marco para que o tema fosse falado abertamente.
“Eu não imaginei que ia ter essa repercussão e muitas pessoas jovens perguntando o que foi a ditadura. Fiquei feliz que pude contribuir para que outras pessoas pudessem ter mais consciência de todo o prejuízo que muitas famílias sofreram. Vi um paralelo com a história do meu pai”, diz Maria.
Codinome Frederico
Logo que ingressou na faculdade de administração pública na década de 1970, o pai de Maria, Sérgio de Azevedo, hoje com 78 anos, entrou para o movimento estudantil e ajudou pessoas que eram perseguidas pela ditadura.
Ele e os amigos usavam um apartamento para salvar e abrigar indivíduos e deixá-los em segurança.
“Eles chamavam de ‘aparelho’ e funcionava como uma espécie de esconderijo. Para dificultar a identificação, ele também usava o nome de Frederico”, diz Maria.
Na época, ele tinha uma amiga chamada Anita e os dois combinaram de se encontrar em uma praça no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. Ela demorou muito a aparecer no local e quando ele e um amigo estavam indo embora, foram surpreendidos por militares.
“Os militares os pisotearam e os levaram para a penitenciária da Tijuca”, relembra a estudante.
Chegando ao local, ele passou cinco dias em uma cela, deitado em uma esteira no chão, com um militar armado ao seu lado.
“Ele ficou por volta de dois meses na prisão e, nesse meio tempo, ocorreram diversas situações que o impediram de ser torturado”, conta. Na primeira vez, segundo Maria, os militares haviam encontrado jovens de outro grupo e não realizaram a tortura.
“Provavelmente acharam um outro grupo mais significativo. E talvez não desconfiaram dele, porque ele realmente escondeu muita gente relevante no apartamento”, acrescenta.
Em um outro momento, ele foi levado para uma sessão de tortura na qual as pessoas eram chamadas em ordem alfabética.
Por ter o nome S, ele estava entre os últimos e, bem naquele dia, o horário para tortura havia acabado. “Ele nunca agradeceu tanto por ser Sérgio e ter o S no nome”, relembra.
Em outro momento, um militar o acorda no meio da noite e pergunta se ele era o Frederico e diz “que não queria estar na pele dele e que ele havia caído”.
Maria conta que o pai chegou a pensar que fora delatado pelos amigos, mas, ao chegar na sala de tortura, viu seu amigo ensanguentado e, mesmo assim, o companheiro disse que aquele não era o Frederico que os militares estavam buscando.
“Até hoje a gente não sabe se ele quis poupá-lo ou se não era ele mesmo. Ele passou ‘raspando’ por sessões de tortura”, conta a jovem.
Após quase dois meses, ele consegue ser solto com a ajuda de um militar conhecido da família, que o ajuda com argumentos de que ele tinha bons antecedentes e que já havia estudado no colégio naval na adolescência.
Ao sair da cadeia, Maria conta que o pai era vigiado constantemente por militares e precisou mudar de casa. Ele havia passado em um concurso para ser fiscal de renda e sofreu ameaças para assumir o cargo, o que o fez desistir.
“Eles não queriam que alguém contra o regime ocupasse um cargo público”, conta.
Só depois de muito tempo e com uma liminar na Justiça, que ele conseguiu, de fato, pleitear o cargo.
Depois, passou por processos de exílio, quando foi estudar para um mestrado no Chile e na Argentina, até retornar ao Brasil, nos anos 70.
Devido a todas as adversidades, Sérgio sofreu traumas e sempre falava sobre o assunto com muito receio e medo. “Ele falava baixo, falava com medo. Chegou a dar depoimento na Comissão Nacional da Verdade e ficou realmente nervoso”, relembra a filha.
Fim dos sonhos e Alzheimer
Mesmo não sofrendo tortura física, as sequelas psicológicas foram graves, de acordo com Maria. Ele conta que o pai tomou por muito tempo ansiolíticos e, mesmo após anos, ainda tinha receio de falar sobre tudo que viveu na prisão.
A estudante também relata que o pai parou de sonhar, literalmente, anos após sair da cadeia.
“Ele não tinha mais a experiência de sonhar como as pessoas normais. Quando ele saiu da prisão, ele sonhava muito com tortura, tirando a camisa, a calça, para se ‘desidentificar'”, diz.
“Como fazia abuso de ansiolíticos, teve um comprometimento psíquico e neural. Então, ele realmente não sonhava com nada ou não se lembrava. E também não tinha mais esperança com a vida. Tornou-se uma pessoa muito pessimista”, acrescenta.
Em 2018, Sérgio foi diagnosticado com demência e a doença foi evoluindo. Ele precisou se retirar da faculdade em que dava aula e foi tendo uma piora no quadro de saúde.
Atualmente, por decisão da família, ele vive em uma ILPI (Instituição de Longa Permanência), e tem dificuldade em reconhecer as filhas. “Hoje, ele já está em estágio avançado do Alzheimer e muito debilitado. Tem dificuldade para se comunicar, para formar frase”, diz.
Mesmo diante da condição, Maria acredita que os resquícios da ditadura ainda permanecem. “Uma vez eu estava cantando Chico Buarque para ele e ele disse para eu não cantar aquilo que iam me prender”, relembra.
Para a jovem, a identificação com o filme veio justamente daí, já que, para ela, a cena mais emblemática foi quando a atriz Fernanda Montenegro, que interpreta Eunice no fim da vida, reconhece o marido na televisão e esboça reação sem dizer uma palavra.
“Foi muito impactante. Ela ressurge de si mesma. Fiquei muito comovida com esses paralelos”, diz.
Para ela, a obra é fundamental para preservar a história de todas as pessoas que passaram por algum tipo de tortura nessa época, além de mostrar para outras que duvidam que isso existiu.
“Tenho relato de amigos que foram assistir com pais conservadores. E só de conseguirem ter empatia e entender o que pelo menos foi o regime militar, fico feliz. É muito importante a empatia que o cinema proporciona”, diz.
‘Meu pai foi torturado e teve o tímpano perfurado’
A estudante Luana Lungaretti, de 22 anos, cresceu ouvindo sobre o impacto da ditadura militar na vida de seu pai, Celso Lungaretti, hoje com 74 anos.
Jornalista e ex-guerrilheiro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), ele foi preso aos 19 anos em uma operação que desarticulou o grupo ao qual pertencia.
Celso foi preso no dia 16 de abril de 1970 e levado para a sede do DOI-CODI, na zona norte do Rio de Janeiro.
Durante o tempo de detenção, foi submetido as sessões de tortura que incluíam choques elétricos e espancamentos.
“Choques nos dedos, nos testículos e com eletrodos atados nos ouvidos, de forma que sentíamos como se um raio atravessasse nosso cérebro”, relembra Celso, em entrevista à BBC News Brasil.
Ele sofreu agressões pelo tenente Ailton Joaquim, que, segundo Sérgio, era considerado um dos mais violentos da época. O militar chegou a ministrar uma aula prática de tortura na Vila Militar, em outubro de 1969, para um grupo de sargentos e oficiais.
“Em uma dessas sessões, ele teve o tímpano do ouvido direito estourado, uma lesão que resultou em anos de crises de labirintite e cirurgias”, conta Luana.
“Fiz três cirurgias, mas até hoje continua perfurado. O buraco só diminuiu de diâmetro, mas, se entrar água, infecciona”, afirma o jornalista.
Além dos danos físicos, as marcas psicológicas e sociais foram severas. “Ele passou quase um ano tentando se reerguer psicologicamente após a prisão. Ainda assim, enfrentou difamações e foi acusado injustamente de delatar seus colegas. Isso o isolou de muitas pessoas e comprometeu sua carreira profissional por décadas”, relata a filha.
Ele chegou a ficar um ano preso, e levou praticamente o mesmo tempo em que ficou em cárcere para se recuperar. “Não tinha dinheiro para pagar terapeuta, mas fui superando os traumas e revolta represada”, diz.
Segundo Celso, pelo menos 20 pessoas que ele conhecia pessoalmente foram assassinadas durante a luta armada ao participar de uma comunidade alternativa, a convite de antigos amigos dele da escola.
Para driblar a hostilidade e os preconceitos, ele chegou a usar pseudônimos para assinar trabalhos na imprensa e conseguir trabalho.
A história do pai nunca foi um tabu dentro de casa. Desde cedo, Luana ouviu sobre o período repressivo e como ele moldou sua visão de mundo.
“Meu pai nunca se calou sobre o que viveu. Ele sempre participou de debates, deu entrevistas e escreveu sobre o tema. Em 2005, publicou o livro “Náufrago da Utopia”, onde relata sua trajetória na guerrilha e as marcas deixadas pela ditadura”, ressalta.
Ao assistir ao filme “Ainda Estou Aqui”, a estudante sentiu-se representada.”Foi impossível não me emocionar e pensar no que meu pai enfrentou. Era como se eu pudesse sentir, mesmo que minimamente, o que ele viveu na pele”, diz.
No entanto, a experiência foi marcada por limitações: tanto ela quanto Celso têm deficiência auditiva, e a ausência de legendas nos cinemas brasileiros dificultou o acesso.
“Uma pessoa que me acompanhava precisou escrever pelo WhatsApp o que acontecia para que eu pudesse entender.” O pai da jovem ainda não conseguiu assistir ao longa, justamente pela falta de acessibilidade.
Documento mostra perseguição durante ditadura militar brasileira
Luana Lungaretti/Arquivo pessoal
A repercussão do filme e dos vídeos no TikTok, onde Luana compartilhou a história de sua família, é, para ela, uma oportunidade de conscientizar as novas gerações.
“A maioria que defende, muitas vezes, é influenciada por opiniões extremistas e, em alguns casos, sem fundamento sobre o assunto. Falta mais estudo e, principalmente, humanidade”, diz Luana.
Questionados sobre as pessoas que pedem para que a ditadura retorne, ambos são categóricos nas respostas. Para eles, defender a volta desse regime é fruto da falta de informação.
“Tais pessoas, ou estão sendo enganadas por gente inescrupulosa que lhes impingem mentiras cabeludas aproveitando sua inocência, ou são seres desumanos ao extremo”, diz Celso.
A filha ainda faz um apelo para que essas pessoas se coloquem no lugar das minorias, de quem perdeu alguém e de quem teve que lutar.
“Viver com medo, viver sendo vigiado, viver sob cautela o tempo todo, viver sem direitos. Isso não é viver, e não podemos permitir que se repita.”
‘Minha avó ficou exilada por dez anos na França’
A avó da estudante Elisa Nunes, Vera Tude de Souza, precisou abandonar sua vida no Brasil durante a ditadura militar.
“Minha avó era muito jovem, praticamente da minha idade, e teve que largar tudo para acompanhar meu avô, que era da luta armada. Ela não era militante, mas ajudava pessoas perseguidas, como o Rubens Paiva”, conta Elisa.
Vera acabou sendo identificada pelas autoridades após ajudar na fuga de um amigo, que acabou capturado. A situação se tornou insustentável, e ela partiu para o exílio na França em 1969. Lá, ingressou no Partido Comunista Francês e passou a observar as diferenças sociais e políticas em relação ao Brasil.
“Ela via como políticas públicas, saúde e educação de qualidade mudavam a vida das pessoas, e isso marcou muito a visão dela”, explica a neta.
Mesmo politicamente ativa no exílio, sua avó enfrentou dificuldades financeiras. Sem formação acadêmica completa, fez trabalhos manuais e passeava com cachorros para sustentar as filhas gêmeas. “A ditadura roubou isso dela, e ela teve que se virar com o que dava para criar minha mãe e minha tia”, relata Elisa.
Segundo a jovem, a avó conta que o período, apesar dos desafios, foi importante para a formação política dela, que agora tem 81 anos. “Ela nunca escondeu essa parte da vida para a família, sempre contou suas experiências. Foi uma época difícil, mas que trouxe muito aprendizado para ela e meu avô.”
Elisa também explorou a história da avó em sua monografia do ensino médio, que abordava o papel das mulheres na ditadura.
“Usei os relatos dela para mostrar como era ser mulher na linha de frente naquele período. Foi muito especial trazer essa memória para o trabalho”, afirma.
A identificação da família com o filme de Walter Salles foi imediata. “Assistimos juntos porque sabíamos que nos reconheceríamos nos personagens. Somos uma família de classe média, e a trajetória deles lembra muito a da minha avó.”
Ao levar a história de Vera para o TikTok, a estudante quis destacar a força e resiliência da avó.
“Ela é uma heroína invisível, a mulher que eu mais admiro no mundo. É importante contar essas histórias para que ninguém esqueça o que aconteceu e para que possamos entender melhor nosso passado.”
Para Elisa, a falta de punição aos responsáveis pelo regime contribui para o esquecimento coletivo.
“Os culpados nunca foram punidos, e isso cria um fator de esquecimento muito grande nas pessoas. Muitos defendem a ditadura sem saber o que realmente aconteceu”, diz
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Pop

Com samba ‘Mais feliz’, Fabiana Cozza lança 10º álbum em setembro de 2025

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Fabiana Cozza lança o single ‘Mais feliz’ na próxima sexta-feira, 6 de dezembro
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♫ NOTÍCIA
♪ Samba de Toninho Geraes e Paulinho Resende apresentado há 18 anos como música-título do álbum lançado pelo cantor Marquinho Sathan em 2006, Mais feliz ganha registro fonográfico de Fabiana Cozza após ter merecido regravações de Ana Costa em 2012, do autor Toninho Geraes em 2015 (e novamente em 2017) e de Zeca Pagodinho neste ano de 2024.
Segundo single do ciclo comemorativo dos 25 anos de carreira de Fabiana Cozza, aberto em setembro com o single Motumbá, Mais feliz integra o décimo álbum da cantora, uma das vozes referenciais do samba na cidade de São Paulo (SP). O álbum tem lançamento previsto para setembro de 2025.
Na gravação feita por Fabiana Cozza sob direção musical do baixista Fi Maróstica, Mais feliz ganha suave abordagem melódica, elegante, com arranjo que, na abertura, insinua toque de samba-jazz na levada do piano de Nichollas Maia.
Com percussão de Douglas Alonso e bateria de Mateus Marinho, o single Mais feliz chega ao mundo na próxima sexta-feira, 6 de dezembro, com capa que expõe foto de Raul Zito.
Capa do single ‘Mais feliz’, de Fabiana Cozza
Raul Zito

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