Mundo
O que se sabe e o que falta esclarecer sobre morte do presidente do Irã em queda de helicóptero
Ebrahim Raisi morreu ao retornar de região próxima à fronteira com o Azerbaijão no domingo (19), quando, segundo a imprensa oficial iraniana, sua aeronave sofreu um incidente por conta das condições climáticas adversas. Corpos de vítimas da queda de helicóptero que matou presidente do Irã são removidos
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu neste domingo (19) após seu helicóptero cair devido a condições climáticas adversas, segundo o ministério das Relações Exteriores do país. A imprensa estatal informou que ninguém que estava a bordo sobreviveu.
Quem era Ebrahim Raisi, presidente do Irã morto em queda de helicóptero
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Veja a seguir o que se sabe o que ainda falta saber sobre o incidente:
Quando e onde o helicóptero caiu?
Quem estava a bordo?
Por que o helicóptero caiu?
Como foram feitas as buscas?
Haverá uma investigação sobre o acidente?
O que acontece após a morte do presidente do Irã?
Quando e onde o helicóptero caiu?
O incidente com o helicóptero ocorreu por volta das 13h (no horário local, 6h de Brasília) de domingo (19). Ebrahim Raisi e outras autoridades voltavam da inauguração de uma barragem em uma região do país que faz fronteira com o Azerbaijão.
De acordo com a imprensa oficial iraniana, o incidente aconteceu na província iraniana de Azerbaijão Oriental, em uma área de floresta chamada Dizmar, entre as aldeias de Uzi e Pir Davoor.
O local fica em uma região montanhosa e de difícil acesso, a cerca de 500 km de Teerã, a capital iraniana. Por conta disso, as equipes de resgate demoraram horas para chegar ao local do acidente.
O Departamento de Estado dos EUA informou nesta segunda que o Irã pediu ajuda ao país para localizar o helicóptero que levava o presidente iraniano. No entanto, os EUA não puderam fornecer ajuda, principalmente por razões logísticas.
Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu após helicóptero cair em área com baixa visualização perto da fronteira com o Azerbaijão, em 19 de maio de 2024.
arte/ g1
Quem estava a bordo?
Além do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, também estavam a bordo do helicóptero:
o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian;
o governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati;
o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem.
Além dessas quatro autoridades e outra não nomeada, três membros da tripulação também morreram no acidente, totalizando oito vítimas, segundo a Associated Press.
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Quem é Ebrahim Raisi, presidente do Irã
Por que o helicóptero caiu?
A TV estatal iraniana informou que o helicóptero sofreu um acidente em razão das más condições meteorológicas no local e que outros dois helicópteros que estavam no comboio pousaram em segurança.
A imprensa local atribuiu a queda a uma “falha técnica”. A aeronave é um Bell 212, helicóptero bimotor que fez o primeiro voo no final da década de 1960 e não é mais fabricado. O acidente expõe a fragilidade da aviação iraniana em meio a décadas de embargo pelos Estados Unidos.
Na madrugada de segunda (20), no horário local, a agência de notícias estatal da Turquia Anadolu informou que um drone do país encontrou uma fonte de calor que, mais tarde, foi confirmado que se tratavam dos destroços do helicóptero. (Veja no vídeo abaixo)
Imagens divulgadas pela IRNA mostraram que o local do acidente é uma encosta íngreme em uma cadeia de montanhas a 20 quilômetros da fronteira com o Azerbaijão.
Drone enviado pela Turquia auxilia nas buscas pelo presidente iraniano
Como foram feitas as buscas?
Segundo o governo, ao menos 40 equipes participaram da tentativa de resgate, e as Forças Armadas – inclusive a Guarda Revolucionária do Irã, a elite militar iraniana – participaram das buscas.
A neblina, as chuvas e ventos fortes dificultaram a condução de buscas aéreas — elas foram realizadas por equipes que chegaram com veículos terrestres até uma parte do trajeto e seguiram a pé até o local do acidente.
As buscas continuaram durante a madrugada e duraram mais de 12 horas. Apenas no início da manhã de segunda (madrugada no Brasil), os resgatistas chegaram ao local do acidente e confirmaram as mortes.
Alguns países enviaram recursos para ajudar. A Turquia mandou drones e a Rússia anunciou, no domingo (19), o envio de duas aeronaves avançadas e 50 socorristas profissionais.
VÍDEO: veja o local onde o helicóptero do presidente do Irã caiu
Haverá uma investigação sobre o acidente?
Segundo a agência Reuters, como se tratava de um voo estatal doméstico, o acidente não se enquadra automaticamente nas regras globais para investigações de acidentes aéreos.
Analistas do Oriente Médio e de segurança da aviação dizem que há pouca chance de o Irã buscar ajuda externa para um assunto tão politicamente sensível em seu próprio território.
“Duvido que haverá uma investigação de qualquer tipo”, disse o analista Paul Hayes, observando a sensibilidade do assunto.
O que acontece após a morte do presidente do Irã?
O então primeiro-vice-presidente, Mohammad Mokhber, assumiu como presidente do país nesta segunda-feira (20) e vai comandar o Irã de forma interina até a realização de novas eleições, que vão ocorrer em 28 de junho.
vice-presidente Mohammad Mokhber
O vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, que deve assumir o Executivo após acidente com presidente iraniano – Foto: Associated Press
Mokhber foi nomeado pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que é a figura política mais poderosa do país.
Em pronunciamento oficial, Khamenei disse que “a nação iraniana não deve se preocupar” e que “não haverá interrupção nas operações do país”.
Ebrahim Raisi era o segundo homem mais importante na hierarquia do Irã e favorito para suceder Khamenei. A morte do presidente deve desencadear uma briga para ver quem será o sucessor do líder supremo.
Mundo
Rússia diz que fez testes de disparos de mísseis no Mediterrâneo oriental; Ucrânia testa novo míssil nacional
Teste incluiu mísseis hipersônicos, segundo comunicado do ministério da Defesa russo. Tensões entre Rússia e potências ocidentais se acirraram nas últimas semanas com permissão para uso de mísseis de longo alcance americanos e britânicos na guerra. Fragata da Marinha russa dispara um míssil hipersônico antinavio Zircon durante teste na parte oriental do Mar Mediterrâneo em 3 de dezembro de 2024.
Ministério da Defesa da Rússia
A Rússia disse nesta terça-feira (3) que fez testes envolvendo disparos de mísseis, alguns deles hipersônicos, no Mediterrâneo oriental. O teste ocorre em meio a um aumento de tensões com o Ocidente por conta do uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia na guerra e no mesmo momento em que seu aliado sírio, Bashar al-Assad, perde terreno para uma coalizão de rebeldes liderados por islamistas radicais.
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“Mísseis de alta precisão foram disparados no mar e no ar no leste do Mediterrâneo em um exercício para testar os métodos de ação conjunta da Marinha e da Força Aérea russas”, disse o Ministério da Defesa em um comunicado.
Durante esses exercícios, os mísseis hipersônicos Zirkon e um míssil de cruzeiro Kalibr foram lançados das fragatas “Amiral Gorchkov” e “Amiral Golovko”, bem como do submarino “Novorossiysk”, informou o ministério.
“Os alvos designados foram atingidos por ataques diretos”, acrescentou, observando que os exercícios, que envolveram mais de 1.000 militares, dez navios e 24 aeronaves, foram planejados com antecedência.
A Rússia é um dos principais aliados do presidente Bashar al-Assad e tem uma base naval e uma base aérea na Síria, onde intervém militarmente desde 2015.
Na semana passada, grupos rebeldes liderados pelos islamistas radicais do Hayat Tahrir al Sham, o antigo ramo sírio da Al Qaeda, lançaram uma ofensiva contra o Exército sírio, tomando rapidamente dezenas de cidades e grande parte da segunda cidade do país, Aleppo.
Os confrontos são os primeiros de tal magnitude em vários anos na Síria, onde as hostilidades haviam praticamente cessado entre os beligerantes apoiados por várias potências regionais e internacionais com interesses divergentes na guerra devastadora que começou em 2011.
Teste de míssil ucraniano
A Ucrânia realizou um teste de novos mísseis produzidos nacionalmente e está acelerando a produção de mísseis, disse o presidente Volodymyr Zelensky nesta terça-feira.
Zelensky informou no aplicativo de mensagens Telegram que recebeu relatórios de suas forças armadas sobre o teste.
“Podemos agradecer aos nossos desenvolvedores de mísseis ucranianos. Estamos acelerando a produção”, afirmou, sem fornecer mais detalhes.
Em agosto, Zelensky havia anunciado que a Ucrânia realizou seu primeiro teste de um míssil balístico produzido internamente.
A Ucrânia, envolvida em uma guerra de 33 meses contra uma Rússia muito maior e militarmente mais bem equipada, está intensificando a produção doméstica na tentativa de acelerar o fornecimento de armas e reduzir sua dependência de ajuda dos países ocidentais.
Mundo
Caravana de migrantes tenta chegar aos EUA antes da posse de Trump: 'Temos que acelerar o passo'
Grupo é o terceiro a tentar chegar nos Estados Unidos desde as eleições presidenciais. Trump promete maior deportação da história assim que assumir o cargo. ARQUIVO: Migrante tenta chegar aos Estados Unidos pelo Rio Grande, na fronteira com o Texas em 11 de julho de 2023
Eric Gay/AP
Uma nova caravana de migrantes partiu nesta segunda-feira (2) do sul do México em direção aos Estados Unidos com a esperança de chegar ao país norte-americano antes de Donald Trump tomar posse.
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Pouco antes do amanhecer, a caravana cruzou uma cidade que fica próxima à fronteira com a Guatemala para seguir caminho pela estrada, constatou a AFP.
“Temos que acelerar o passo, não sabemos que medidas [Trump] vai tomar”, disse à AFP o venezuelano Alexander Altuve, de 38 anos.
Trump, vencedor da eleição presidencial de 5 de novembro, prometeu declarar estado de emergência nos EUA e recorrer ao exército para realizar “a maior operação de deportação” assim que tomar posse em 20 de janeiro.
A caravana, a terceira desde as eleições americanas, é composta principalmente por venezuelanos e jovens, além de famílias com crianças pequenas.
“Decidimos andar porque em nosso país a situação está muito, muito crítica […] Decidimos fazer esta caminhada para buscar um futuro melhor”, comentou José Luis Fernánadez, um cubano de 35 anos.
Trump classifica como “invasão” a entrada de imigrantes sem visto nos Estados Unidos e ameaçou o governo do México com tarifas de 25% sobre as importações caso não consiga conter a chegada de estrangeiros sem documentos.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, conversou por telefone com Trump na semana passada para apresentar a estratégia do México no combate à migração ilegal e às drogas.
Durante a ligação, Sheinbaum informou a Trump que as caravanas de migrantes não chegam mais à fronteira graças às ações das autoridades mexicanas.
Os migrantes frequentemente organizam essas caravanas para pressionar pela emissão de salvo-condutos que lhes permitem seguir viagem pelo território mexicano sem medo de serem deportados.
Embora Trump e Sheinbaum tenham expressado satisfação com a conversa, surgiram divergências. Enquanto o republicano afirmou que o México fecharia sua fronteira, a presidente negou ter assumido tal compromisso.
O México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, para onde destina pouco mais de 80% de suas exportações.
Diante do endurecimento das políticas migratórias, das ameaças de Trump e dos riscos de atravessar a fronteira clandestinamente, muitos migrantes têm buscado entrar nos Estados Unidos por meio de um agendamento no aplicativo CBP One, que permite pedir asilo formalmente.
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Governo da Geórgia descarta novas eleições gerais apesar de protestos que contestam resultados
O pleito, que ocorreu em 26 de outubro, foi vencido pelo partido governista Sonho Georgiano, acusado de proximidade com a Rússia. A oposição, no entanto, denuncia que as eleições foram marcadas por irregularidades. Manifestação em Tiblisi, na Geórgia
Reprodução/TV Globo
O governo da Geórgia descartou, neste domingo (1º), a realização de novas eleições legislativas no país, como tem exigido a oposição.
“Claro que não”, respondeu o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze aos jornalistas que lhe perguntaram se o governo, acusado de uma deriva autoritária pró-russa, aceitaria organizar um novo pleito.
As eleições na Geórgia ocorreram em 26 de outubro e foram vencidas pelo partido governista Sonho Georgiano, acusado de proximidade com a Rússia.
A oposição, no entanto, cuja proposta é acelerar a integração do país com a União Europeia, denunciou que o pleito foi marcado por irregularidades e passou a exigir uma nova votação. (leia mais abaixo)
Inclusive, a presidente Salomé Zourabichvili anunciou que se recusaria a entregar o mandato no fim do ano, enquanto novas eleições legislativas não acontecessem.
Há três noites consecutivas, o país vive uma série de manifestações pró-UE, que tem sido dispersadas pela polícia.
Manifestações pró-UE
Mais de 100 são presos em protestos na Geórgia
Os protestos nas ruas da Geórgia, que reuniram milhares de manifestantes, foram provocadas pela decisão do governo de adiar para 2028 as ambições do país de integrar a União Europeia.
As manifestações em Tbilisi e outras cidades foram reprimidas com jatos de água e gás lacrimogêneo pela polícia, que realizou mais de 150 prisões. Dezenas de policiais foram feridos por projéteis e fogos de artifício lançados pelos manifestantes.
A nova chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, criticou o uso desproporcional da força pela polícia.
“É claro que o uso da violência contra manifestantes pacíficos não é aceitável e que o governo georgiano deve respeitar a vontade do povo georgiano”, afirmou ela durante uma visita de apoio à Ucrânia, no primeiro dia de seu mandato.
“Votamos para a União Europeia, pela liberdade, pelos direitos humanos. E o que nosso governo está fazendo? O exato oposto”, denunciou no sábado (30) Ani Bakhtouridzé, uma manifestante de 32 anos.
O Ministério do Interior, por sua vez, afirmou que “as ações de certos indivíduos presentes na manifestação se tornaram violentas pouco depois de seu início” e que a polícia respondeu “conforme a lei”.
Paralelamente às manifestações, centenas de funcionários públicos, incluindo do Ministério das Relações Exteriores, da Defesa e da Educação, bem como juízes, publicaram declarações conjuntas em sinal de protesto. Mais de cem escolas e universidades suspenderam suas atividades.
Cerca de 160 diplomatas georgianos também criticaram a decisão do governo, considerando que ela contrariava a Constituição e levaria “ao isolamento internacional” do país. Muitos embaixadores georgianos renunciaram em sinal de protesto.
A presidente pró-europeia do país, Salomé Zourabichvili, apoia o movimento de protesto, mas tem poderes limitados. Ela garantiu que não deixaria seu cargo como previsto no final de dezembro.
“Enquanto não houver novas eleições e um Parlamento que eleja um novo presidente de acordo com novas regras, meu mandato continuará”, afirmou ela em uma entrevista exclusiva à AFP.
A ex-diplomata francesa, nascida em Paris, anunciou que estabeleceu no sábado um “conselho nacional” composto por partidos da oposição e representantes da sociedade civil.
‘Graves irregularidades’
A chefe da diplomacia europeia, que assumiu o cargo neste domingo (1º), declarou que a situação na Geórgia tinha “consequências claras” para as relações com a UE.
Kaja Kallas explicou que “opções” foram propostas aos 27 Estados membros da UE sobre como reagir, inclusive com a imposição de sanções, e que um acordo sobre o assunto deveria ser alcançado.
O governo georgiano, por sua vez, acusa Bruxelas de “chantagem”, mas ainda garante que pretende integrar a UE até 2030.
Após a votação de outubro, um grupo de observadores eleitorais da Geórgia afirmou ter provas de um sistema complexo de fraude eleitoral em grande escala.
Bruxelas exigiu uma investigação sobre o que qualificou como “graves” irregularidades.
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, “condenou o uso excessivo da força contra os georgianos que exercem sua liberdade de manifestação”. “Suspendemos nossa parceria estratégica com a Geórgia”, acrescentou ele.
A França, o Reino Unido, a Ucrânia, a Polônia, a Suécia e a Lituânia também expressaram suas preocupações.
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