Pop
Madonna, a discografia: g1 coloca todos os 14 álbuns da diva na ordem (do pior ao melhor)
VÍDEO mostra mini críticas dos discos da rainha do pop, que canta neste sábado (4), na Praia de Copacabana, no Rio. Lista tem ‘Like a Prayer’, ‘Music’, ‘Like a Virgin’ e ‘Ray of Light’. Madonna, a discografia: g1 coloca todos os 14 álbuns da diva na ordem (do pior ao melhor)
Em mais de 40 anos de carreira, Madonna lançou 14 álbuns de estúdio e vendeu mais de 300 milhões de discos. Músicas espalhadas por essa discografia estarão no show na Praia de Copacabana, no Rio, neste sábado (4).
Na lista abaixo e no vídeo acima, o g1 coloca na ordem todos os álbuns da Madonna, do pior para o melhor.
40 MADONNAS: A carreira resumida com 40 personas
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SETLIST: Como deve ser o show de Madonna no Rio
14º) Hard Candy (2008)
Capa de ‘Hard Candy’ (2008), álbum da Madonna
Reprodução
“Hard Candy” é bom para dançar, só que é o álbum mais super produzido dela. A mão dos produtores Timbaland, Justin Timberlake e Pharrell pesa demais e tudo vira uma massaroca dance pop anos 2000. É o pior da carreira, com uma Madonna sem muito a dizer.
13º) Madame X (2019)
Capa de Madame X (2019), da Madonna
Reprodução
Neste álbum, ela vira rainha do reggaeton. Está no DNA dela, né? Ela sempre pega uma onda que está rolando (no caso, a da música latina) e amplifica, traz para o mainstream. Só que mesmo amparada pelo Maluma e pela Anitta, “Madame X” parece um disco de trap genérico.
12º) Rebel Heart (2015)
Capa de Rebel Heart (2015), da Madonna
Reprodução
Nenhum álbum da rainha do pop tantos produtores: são 21! “Rebel Heart” é um disco com duas Madonnas: uma romântica e outra rebelde. Soterradas nos beats, o ponto alto aqui são as letras reflexivas, com ela falando muito de si mesma, de uma forma bem direta.
11º) Bedtime Stories (1994)
Capa de Bedtime Stories (1994), álbum de Madonna
Reprodução
Em Bedtime Stories, de novo o discurso é bem melhor do que a parte musical. As letras são de alto nível, sobre liberdade sexual, sobre querer se expressar sexualmente. Mas, com exceção de “Take a bow”, o som é um R&B bem qualquer coisa.
10º) MDNA (2012)
Capa de MDNA (2012), álbum da Madonna
Reprodução
O primeiro álbum da Madonna como cinquentona não é muito homogêneo. MDNA apresenta boas ideias, mas é caótico: tem dubstep com barulho de tiro, pop anos 60, canto de torcida, europop radiofônico, rap sobre internet e feat com a filha Lourdes Maria.
9º) Erotica (1992)
Capa de Erotica (1992), álbum da Madonna
Reprodução
O primeiro álbum nos anos 90 traz uma Madonna mais madura. O disco vai além do dance pop e bebe do hip hop e da house music. Mas esse som sujo e áspero fica meio enjoativo. Esse também é o primeiro lançado em parceria com a própria empresa dela, a Maverick.
8º) Madonna (1983)
Capa de Madonna (1983), álbum de estreia da cantora
Reprodução
A estreia tem tudo que faria Madonna ser Madonna: clipes irresistíveis, bons grooves e aquele algo a mais, sabe? Sem ela, este seria um disco comum de pop com sintetizadores, um dance pop levemente eletrônico. Mas era uma tal de Madonna se descobrindo cantora.
7º) Music (2000)
Capa de Music (2000), álbum da Madonna
Reprodução
Com letras mais gerais, bem menos confessionais, o que faz Music ser um bom disco é a parte musical. Poucos álbuns dela tem tantos timbres legais, tantos arranjos bem pensados. É um disco gostoso de ouvir, que acaricia o ouvido, mesmo não apelando para o easy listening.
6º) American Life (2003)
Capa de American Life (2003), álbum da Madonna
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American life é o álbum mais injustiçado da Madonna. Eu concordo: é um disco em que ela não se arrisca… mas os arranjos folk eletrônicos envelheceram bem demais. Mais de 20 anos depois, esse som domina o pop atual. Ouve esse disco pensando na Taylor Swif, vai…
5º) Like a Virgin (1984)
Capa de Like a Virgin (1984), álbum da Madonna
Reprodução
“Like a Virgin” transformou Madonna em popstar, com ajuda da faixa-título, o primeiro hit número um dela. Além dos bons grooves criados com o produtor Nile Rodgers, o carisma gigantesco compensa a voz às vezes um pouco infantil.
4º) Confessions on a Dance Floor (2005)
Capa de Confessions on a Dance Floor (2005), álbum de Madonna
Reprodução
“Confessions on a Dance Floor” é uma volta às raízes dançantes escapistas. É um álbum nostálgico em que ela reinventa a disco music dos anos 80 e 70 com apoio do produtor Stuart Price, que depois trabalharia com a Dua Lipa.
3º) Ray of Light (1998)
Capa de Ray of Light (1998), álbum da Madonna
Reprodução
Queridinho dos alternativos, “Ray of Light” é o único disco da Madonna que ganhou o Grammy de melhor álbum pop. Ele é soturno, psicodélico e classudo, com letras sobre a busca por uma vida melhor com ajuda do budismo, do hinduísmo e da kabbalah.
2º) Like a Prayer (1989)
Capa do álbum de Like a Prayer (1989), da Madonna
Reprodução
Foi com “Like a Prayer” que ela conseguiu o respeito da crítica. Querendo um som menos pueril e estridente, ela canta letras honestas sobre família, religião e a vida de uma jovem adulta, com apoio de um coral gospel e do Prince, que participa em quatro músicas.
1º) True Blue (1986)
Capa de ‘True Blue’, álbum de Madonna
Reprodução
“True Blue” é o primeiro com Madonna creditada como produtora e compositora de tudo. Esse é o melhor álbum dela porque fica entre a pretensão e a necessidade de afirmação dos discos que vieram depois e um lado mais natural e inocente de uma rainha do pop que ainda era uma princesa do pop.
Pop
The Town anuncia Green Day, Sex Pistols, Iggy Pop e Pitty como atrações do dia de rock da próxima edição
Festival acontecerá nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro de 2025, no Autódromo de Interlagos, na capital paulista. Billie Joe, do Green Day, durante show na Arena Anhembi, em São Paulo, em 2017
Marcelo Brandt/G1
A banda Green Day será uma das principais atrações do The Town 2025, que acontecerá nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro, no Autódromo de Interlagos, na capital paulista. O anúncio foi feito nesta terça-feira (3) no Jornal Nacional.
O grupo será o headliner do dia 7, data em que o festival celebrará o rock. Além do Green Day, o dia terá Sex Pistols, Iggy Pop e Pitty.
No palco Skyline, se apresentarão Green Day e Sex Pistols. Enquanto Iggy Pop e Pitty subirão no The One. As demais atrações da data ainda não foram divulgadas.
A segunda edição do The Town também terá a popstar Katy Perry, no dia 12. Essa será a quinta vez da artista no país. Ela, inclusive, esteve aqui em setembro deste ano, quando cantou no Rock in Rio. Mesmo dia em que ela lançou o álbum “143”, das faixas como “Woman’s World” e “Lifetimes”.
Pop
Como 'Ainda Estou Aqui' inspira jovens a compartilhar no TikTok histórias de pais e avós torturados na ditadura
Relatos ganharam milhões de visualizações e trouxeram à tona histórias de tortura, exílio e perseguição. O pai de Maria Petrucci sofreu traumas e sempre falava sobre o assunto com muito receio e medo
Maria Petrucci/Arquivo Pessoal
Maria Petrucci, de 22 anos, teve o pai preso por militares durante a ditadura no início dos anos 1970.
Luana Lungaretti, de 22 anos, também sofreu com a tortura e prisão do pai por agentes no DOI-CODI, na mesma década.
Já Elisa Nunes, de 21 anos, teve a avó exilada na França durante dez anos nesta mesma época.
As três jovens, de idades semelhantes, compartilham histórias de familiares marcados pela repressão do regime militar brasileiro, que durou 21 anos.
Os relatos foram compartilhados graças a uma trend no TikTok, inspirada no filme Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, e que rendeu postagens virais, com mais de quatro milhões de visualizações.
Um dos primeiros vídeos foi o de Maria, onde ela segura a foto 3×4 do pai, preso na época, e escreve: “O impacto de ver esse filme sendo filha de um preso político da ditadura que hoje tem Alzheimer em estado avançado”.
A história da ‘Casa da Morte’ contada por única sobrevivente
‘Meus avós esconderam mistério sobre morte do meu pai na ditadura’
Como funcionava o SNI, o ‘monstro’ da repressão criado pela ditadura militar há 60 anos
O post tinha como trilha sonora a música “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo”, do cantor Erasmo Carlos, e que compõe o longa.
Após essa publicação, outros jovens começaram a compartilhar relatos sobre pais e avós que sofreram com a perseguição, destacando como o filme se tornou um marco para que o tema fosse falado abertamente.
“Eu não imaginei que ia ter essa repercussão e muitas pessoas jovens perguntando o que foi a ditadura. Fiquei feliz que pude contribuir para que outras pessoas pudessem ter mais consciência de todo o prejuízo que muitas famílias sofreram. Vi um paralelo com a história do meu pai”, diz Maria.
Codinome Frederico
Logo que ingressou na faculdade de administração pública na década de 1970, o pai de Maria, Sérgio de Azevedo, hoje com 78 anos, entrou para o movimento estudantil e ajudou pessoas que eram perseguidas pela ditadura.
Ele e os amigos usavam um apartamento para salvar e abrigar indivíduos e deixá-los em segurança.
“Eles chamavam de ‘aparelho’ e funcionava como uma espécie de esconderijo. Para dificultar a identificação, ele também usava o nome de Frederico”, diz Maria.
Na época, ele tinha uma amiga chamada Anita e os dois combinaram de se encontrar em uma praça no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro. Ela demorou muito a aparecer no local e quando ele e um amigo estavam indo embora, foram surpreendidos por militares.
“Os militares os pisotearam e os levaram para a penitenciária da Tijuca”, relembra a estudante.
Chegando ao local, ele passou cinco dias em uma cela, deitado em uma esteira no chão, com um militar armado ao seu lado.
“Ele ficou por volta de dois meses na prisão e, nesse meio tempo, ocorreram diversas situações que o impediram de ser torturado”, conta. Na primeira vez, segundo Maria, os militares haviam encontrado jovens de outro grupo e não realizaram a tortura.
“Provavelmente acharam um outro grupo mais significativo. E talvez não desconfiaram dele, porque ele realmente escondeu muita gente relevante no apartamento”, acrescenta.
Em um outro momento, ele foi levado para uma sessão de tortura na qual as pessoas eram chamadas em ordem alfabética.
Por ter o nome S, ele estava entre os últimos e, bem naquele dia, o horário para tortura havia acabado. “Ele nunca agradeceu tanto por ser Sérgio e ter o S no nome”, relembra.
Em outro momento, um militar o acorda no meio da noite e pergunta se ele era o Frederico e diz “que não queria estar na pele dele e que ele havia caído”.
Maria conta que o pai chegou a pensar que fora delatado pelos amigos, mas, ao chegar na sala de tortura, viu seu amigo ensanguentado e, mesmo assim, o companheiro disse que aquele não era o Frederico que os militares estavam buscando.
“Até hoje a gente não sabe se ele quis poupá-lo ou se não era ele mesmo. Ele passou ‘raspando’ por sessões de tortura”, conta a jovem.
Após quase dois meses, ele consegue ser solto com a ajuda de um militar conhecido da família, que o ajuda com argumentos de que ele tinha bons antecedentes e que já havia estudado no colégio naval na adolescência.
Ao sair da cadeia, Maria conta que o pai era vigiado constantemente por militares e precisou mudar de casa. Ele havia passado em um concurso para ser fiscal de renda e sofreu ameaças para assumir o cargo, o que o fez desistir.
“Eles não queriam que alguém contra o regime ocupasse um cargo público”, conta.
Só depois de muito tempo e com uma liminar na Justiça, que ele conseguiu, de fato, pleitear o cargo.
Depois, passou por processos de exílio, quando foi estudar para um mestrado no Chile e na Argentina, até retornar ao Brasil, nos anos 70.
Devido a todas as adversidades, Sérgio sofreu traumas e sempre falava sobre o assunto com muito receio e medo. “Ele falava baixo, falava com medo. Chegou a dar depoimento na Comissão Nacional da Verdade e ficou realmente nervoso”, relembra a filha.
Fim dos sonhos e Alzheimer
Mesmo não sofrendo tortura física, as sequelas psicológicas foram graves, de acordo com Maria. Ele conta que o pai tomou por muito tempo ansiolíticos e, mesmo após anos, ainda tinha receio de falar sobre tudo que viveu na prisão.
A estudante também relata que o pai parou de sonhar, literalmente, anos após sair da cadeia.
“Ele não tinha mais a experiência de sonhar como as pessoas normais. Quando ele saiu da prisão, ele sonhava muito com tortura, tirando a camisa, a calça, para se ‘desidentificar'”, diz.
“Como fazia abuso de ansiolíticos, teve um comprometimento psíquico e neural. Então, ele realmente não sonhava com nada ou não se lembrava. E também não tinha mais esperança com a vida. Tornou-se uma pessoa muito pessimista”, acrescenta.
Em 2018, Sérgio foi diagnosticado com demência e a doença foi evoluindo. Ele precisou se retirar da faculdade em que dava aula e foi tendo uma piora no quadro de saúde.
Atualmente, por decisão da família, ele vive em uma ILPI (Instituição de Longa Permanência), e tem dificuldade em reconhecer as filhas. “Hoje, ele já está em estágio avançado do Alzheimer e muito debilitado. Tem dificuldade para se comunicar, para formar frase”, diz.
Mesmo diante da condição, Maria acredita que os resquícios da ditadura ainda permanecem. “Uma vez eu estava cantando Chico Buarque para ele e ele disse para eu não cantar aquilo que iam me prender”, relembra.
Para a jovem, a identificação com o filme veio justamente daí, já que, para ela, a cena mais emblemática foi quando a atriz Fernanda Montenegro, que interpreta Eunice no fim da vida, reconhece o marido na televisão e esboça reação sem dizer uma palavra.
“Foi muito impactante. Ela ressurge de si mesma. Fiquei muito comovida com esses paralelos”, diz.
Para ela, a obra é fundamental para preservar a história de todas as pessoas que passaram por algum tipo de tortura nessa época, além de mostrar para outras que duvidam que isso existiu.
“Tenho relato de amigos que foram assistir com pais conservadores. E só de conseguirem ter empatia e entender o que pelo menos foi o regime militar, fico feliz. É muito importante a empatia que o cinema proporciona”, diz.
‘Meu pai foi torturado e teve o tímpano perfurado’
A estudante Luana Lungaretti, de 22 anos, cresceu ouvindo sobre o impacto da ditadura militar na vida de seu pai, Celso Lungaretti, hoje com 74 anos.
Jornalista e ex-guerrilheiro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), ele foi preso aos 19 anos em uma operação que desarticulou o grupo ao qual pertencia.
Celso foi preso no dia 16 de abril de 1970 e levado para a sede do DOI-CODI, na zona norte do Rio de Janeiro.
Durante o tempo de detenção, foi submetido as sessões de tortura que incluíam choques elétricos e espancamentos.
“Choques nos dedos, nos testículos e com eletrodos atados nos ouvidos, de forma que sentíamos como se um raio atravessasse nosso cérebro”, relembra Celso, em entrevista à BBC News Brasil.
Ele sofreu agressões pelo tenente Ailton Joaquim, que, segundo Sérgio, era considerado um dos mais violentos da época. O militar chegou a ministrar uma aula prática de tortura na Vila Militar, em outubro de 1969, para um grupo de sargentos e oficiais.
“Em uma dessas sessões, ele teve o tímpano do ouvido direito estourado, uma lesão que resultou em anos de crises de labirintite e cirurgias”, conta Luana.
“Fiz três cirurgias, mas até hoje continua perfurado. O buraco só diminuiu de diâmetro, mas, se entrar água, infecciona”, afirma o jornalista.
Além dos danos físicos, as marcas psicológicas e sociais foram severas. “Ele passou quase um ano tentando se reerguer psicologicamente após a prisão. Ainda assim, enfrentou difamações e foi acusado injustamente de delatar seus colegas. Isso o isolou de muitas pessoas e comprometeu sua carreira profissional por décadas”, relata a filha.
Ele chegou a ficar um ano preso, e levou praticamente o mesmo tempo em que ficou em cárcere para se recuperar. “Não tinha dinheiro para pagar terapeuta, mas fui superando os traumas e revolta represada”, diz.
Segundo Celso, pelo menos 20 pessoas que ele conhecia pessoalmente foram assassinadas durante a luta armada ao participar de uma comunidade alternativa, a convite de antigos amigos dele da escola.
Para driblar a hostilidade e os preconceitos, ele chegou a usar pseudônimos para assinar trabalhos na imprensa e conseguir trabalho.
A história do pai nunca foi um tabu dentro de casa. Desde cedo, Luana ouviu sobre o período repressivo e como ele moldou sua visão de mundo.
“Meu pai nunca se calou sobre o que viveu. Ele sempre participou de debates, deu entrevistas e escreveu sobre o tema. Em 2005, publicou o livro “Náufrago da Utopia”, onde relata sua trajetória na guerrilha e as marcas deixadas pela ditadura”, ressalta.
Ao assistir ao filme “Ainda Estou Aqui”, a estudante sentiu-se representada.”Foi impossível não me emocionar e pensar no que meu pai enfrentou. Era como se eu pudesse sentir, mesmo que minimamente, o que ele viveu na pele”, diz.
No entanto, a experiência foi marcada por limitações: tanto ela quanto Celso têm deficiência auditiva, e a ausência de legendas nos cinemas brasileiros dificultou o acesso.
“Uma pessoa que me acompanhava precisou escrever pelo WhatsApp o que acontecia para que eu pudesse entender.” O pai da jovem ainda não conseguiu assistir ao longa, justamente pela falta de acessibilidade.
Documento mostra perseguição durante ditadura militar brasileira
Luana Lungaretti/Arquivo pessoal
A repercussão do filme e dos vídeos no TikTok, onde Luana compartilhou a história de sua família, é, para ela, uma oportunidade de conscientizar as novas gerações.
“A maioria que defende, muitas vezes, é influenciada por opiniões extremistas e, em alguns casos, sem fundamento sobre o assunto. Falta mais estudo e, principalmente, humanidade”, diz Luana.
Questionados sobre as pessoas que pedem para que a ditadura retorne, ambos são categóricos nas respostas. Para eles, defender a volta desse regime é fruto da falta de informação.
“Tais pessoas, ou estão sendo enganadas por gente inescrupulosa que lhes impingem mentiras cabeludas aproveitando sua inocência, ou são seres desumanos ao extremo”, diz Celso.
A filha ainda faz um apelo para que essas pessoas se coloquem no lugar das minorias, de quem perdeu alguém e de quem teve que lutar.
“Viver com medo, viver sendo vigiado, viver sob cautela o tempo todo, viver sem direitos. Isso não é viver, e não podemos permitir que se repita.”
‘Minha avó ficou exilada por dez anos na França’
A avó da estudante Elisa Nunes, Vera Tude de Souza, precisou abandonar sua vida no Brasil durante a ditadura militar.
“Minha avó era muito jovem, praticamente da minha idade, e teve que largar tudo para acompanhar meu avô, que era da luta armada. Ela não era militante, mas ajudava pessoas perseguidas, como o Rubens Paiva”, conta Elisa.
Vera acabou sendo identificada pelas autoridades após ajudar na fuga de um amigo, que acabou capturado. A situação se tornou insustentável, e ela partiu para o exílio na França em 1969. Lá, ingressou no Partido Comunista Francês e passou a observar as diferenças sociais e políticas em relação ao Brasil.
“Ela via como políticas públicas, saúde e educação de qualidade mudavam a vida das pessoas, e isso marcou muito a visão dela”, explica a neta.
Mesmo politicamente ativa no exílio, sua avó enfrentou dificuldades financeiras. Sem formação acadêmica completa, fez trabalhos manuais e passeava com cachorros para sustentar as filhas gêmeas. “A ditadura roubou isso dela, e ela teve que se virar com o que dava para criar minha mãe e minha tia”, relata Elisa.
Segundo a jovem, a avó conta que o período, apesar dos desafios, foi importante para a formação política dela, que agora tem 81 anos. “Ela nunca escondeu essa parte da vida para a família, sempre contou suas experiências. Foi uma época difícil, mas que trouxe muito aprendizado para ela e meu avô.”
Elisa também explorou a história da avó em sua monografia do ensino médio, que abordava o papel das mulheres na ditadura.
“Usei os relatos dela para mostrar como era ser mulher na linha de frente naquele período. Foi muito especial trazer essa memória para o trabalho”, afirma.
A identificação da família com o filme de Walter Salles foi imediata. “Assistimos juntos porque sabíamos que nos reconheceríamos nos personagens. Somos uma família de classe média, e a trajetória deles lembra muito a da minha avó.”
Ao levar a história de Vera para o TikTok, a estudante quis destacar a força e resiliência da avó.
“Ela é uma heroína invisível, a mulher que eu mais admiro no mundo. É importante contar essas histórias para que ninguém esqueça o que aconteceu e para que possamos entender melhor nosso passado.”
Para Elisa, a falta de punição aos responsáveis pelo regime contribui para o esquecimento coletivo.
“Os culpados nunca foram punidos, e isso cria um fator de esquecimento muito grande nas pessoas. Muitos defendem a ditadura sem saber o que realmente aconteceu”, diz
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Pop
Com samba ‘Mais feliz’, Fabiana Cozza lança 10º álbum em setembro de 2025
Fabiana Cozza lança o single ‘Mais feliz’ na próxima sexta-feira, 6 de dezembro
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Samba de Toninho Geraes e Paulinho Resende apresentado há 18 anos como música-título do álbum lançado pelo cantor Marquinho Sathan em 2006, Mais feliz ganha registro fonográfico de Fabiana Cozza após ter merecido regravações de Ana Costa em 2012, do autor Toninho Geraes em 2015 (e novamente em 2017) e de Zeca Pagodinho neste ano de 2024.
Segundo single do ciclo comemorativo dos 25 anos de carreira de Fabiana Cozza, aberto em setembro com o single Motumbá, Mais feliz integra o décimo álbum da cantora, uma das vozes referenciais do samba na cidade de São Paulo (SP). O álbum tem lançamento previsto para setembro de 2025.
Na gravação feita por Fabiana Cozza sob direção musical do baixista Fi Maróstica, Mais feliz ganha suave abordagem melódica, elegante, com arranjo que, na abertura, insinua toque de samba-jazz na levada do piano de Nichollas Maia.
Com percussão de Douglas Alonso e bateria de Mateus Marinho, o single Mais feliz chega ao mundo na próxima sexta-feira, 6 de dezembro, com capa que expõe foto de Raul Zito.
Capa do single ‘Mais feliz’, de Fabiana Cozza
Raul Zito
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