Pop
Público do The Town faz fila até para tirar foto no letreiro do festival
‘Tem que ter o registro aqui, não tem jeito’, diz Andressa Oliveira, que aguardava na fila para tirar fotos nas letras. Fila para tirar foto no letreiro
Cíntia/g1
Dizem que São Paulo é a cidade da fila. O festival The Town, que reproduz a capital paulista, também mimetizou suas filas. Há fila até para tirar foto nas letras que formam o logo do The Town.
Nela, Lorena Escobar, 29 anos, goiana de Catalão, veio para São Paulo para ver Bruno Mars, e marcou presença em frente ao grande letreiro. “Todas as filas valem a pena.”, disse.
Lorena Escobar aguardando sua vez para posar em frente ao letreiro
Cíntia/g1
Yanca Oliveira e Andressa Oliveira moram no Rio de Janeiro e foram até o The Town para ver o show de Bruno Mars no domingo (3). Assim que passaram pelo portão 2 do Autódromo de Interlagos, decidiram enfrentar a primeira fila do evento: foto no logo que traz as letras que formam o nome do festival.
“A gente prefere esperar uns minutos aqui para garantir a foto e depois vamos explorar o espaço. Tem que ter o registro aqui, não tem jeito”.
E para as duas terem uma foto juntas, uma amizade surgiu na fila com Wesley Sevilha e Valdson Victor. “Combinamos de tirar as fotos delas e depois elas vão tirar a nossa”, comentaram os amigos.
Yanca Oliveira e Andressa Oliveira na fila para foto
Paola Patriarca/g1
Foto no logo do The Town
Cíntia/g1
Bebe Rexha e Luisa Sonza se beijam durante show no The Town
Pop
MC Luanna diz que quer combater mesmice no rap: 'Pauta dos homens é copia e cola'
Voz de hits como ‘99 Problemas’ e ‘Meio Pá’, cantora surgiu no funk consciente e migrou para o rap em momento que o gênero se expande para as mulheres. MC Luanna diz que quer combater mesmice no rap: ‘Pauta dos homens é copia e cola’
Foi no funk consciente que MC Luanna começou sua carreira musical, em 2020. A cantora baiana queria cantar sobre problemas sociais ao som de batidas do gênero que fossem mais arrastadas. Mas acabou migrando de estilo quando sentiu que ali não teria muito espaço.
“Não tem nenhuma menina que ascendeu cantando funk consciente”, diz a artista, de 30 anos, em entrevista ao g1 (veja o vídeo acima). “Eu queria ser essa pessoa, mas aí eu olhava e pensava: ‘É só homem?’. A única funkeira que estava em ascensão na época era a MC Dricka. Mas ela canta putaria. Não é o que eu queria.”
Suas apostas no funk consciente foram “Kit Rosa” e “Bonde da Hello Kit”, faixas que têm uma energia afropaty e propõem reflexões de temas como racismo e classe social. Ao se desmotivar com o estilo, ela decidiu então ir para o rap. Escolha que a baiana define hoje como certeira.
Primeiro, porque desde 2020 o rap brasileiro passa por uma significativa mudança, com várias mulheres fazendo sucesso — ainda que o gênero continue dominado por homens. Além disso, Luanna diz preferir o mercado rapper ao funkeiro. “O rap te abraça mais. No funk, é muito aquilo de entrar numa produtora, mas não aprender o processo.”
Nesta semana, o g1 faz uma série especial de apostas musicais para 2025. Do rap ao forró, conheça artistas que devem se destacar.
A cantora MC Luanna
Reprodução
Feats que explodem
O primeiro hit da MC veio em 2022, com “Meio Pá”, parceria com o trapper Veigh. Foi com essa música que ela viu seus números dispararem nas plataformas e, de brinde, ganhou a primeira onda de hate, com fãs do paulista criticando sua participação na faixa.
No ano seguinte, surgiu outro feat de peso, “99 Problemas” — com a Duquesa, artista que é agora um dos principais nomes da cena hip hop. A canção bombou principalmente pela letra, que traz o refrão: “No RJ tem pica/ em SP tem pica/ em BH tem pica/ sempre vai ter pica/ 99 problemas de uma negra bonita/ pica não tá na lista”.
Luanna também gravou os feats “Karma” (com N.I.N.A) e “Poetisas no Topo 3”, cypher feminista com Ajuliacosta, Attlanta, Budah, Mac Júlia, Maru2D, N.I.N.A e Sodomita.
Embora tenha sido a partir desses feats que a MC ficou conhecida, ela confessa que chegou a se incomodar com a possibilidade de não ter o mesmo reconhecimento pelo trabalho solo.
“Já teve uma época que pensei: ‘Ai, eu não quero ser só conhecida por feats. Eu também sou grandiosa solo'”, diz a cantora.
Seu primeiro disco, “44”, foi gravado em 2022. Em outubro do ano passado, ela lançou “Sexto Sentido”, álbum com 16 músicas com letras sobre amor, estereótipos do que é ser rapper, e dilemas da adolescência de Luanna.
Os artistas que devem bombar em 2025
Fora do ‘copia e cola’
“Em ‘Sexto Sentido’, eu atraí mais público masculino [do que o anterior], mas porque é um álbum em que eu não estou odiando tanto os homens [nas letras]”, afirma ela, ao comentar sobre seus fãs.
Shows de cantoras como ela, Duquesa, Ebony e Ajuliacosta, têm plateias majoritariamente femininas. A baiana vê isso com orgulho, mas faz ressalvas. “Falta mais público masculino? Falta. Mas falta uma educação dos próprios rappers. Se eles não mostram que os fãs precisam escutar mulheres, eles não vão escutar, sabe? Chamar só uma mulher para um projeto musical de 7 pessoas?”
“O rap feminino cresceu muito nesse ano. Só que eu sinto que os caras estão sendo obrigados a engolir. Obrigados a nos ver nos espaços, a nos ouvir. O que as meninas estão fazendo é muito diferente. É muito mais atrativo, porque tem mais conteúdo. A pauta dos homens é copia e cola, copia e cola, copia e cola. As pessoas cansaram de ouvir a mesma coisa.”
A crítica de Luanna cutuca a vasta quantidade de canções sobre ostentação, sexo e poder, temáticas frequentes nos hits do estilo. Segundo ela, o problema não é o assunto, mas a fórmula em que é produzido.
A cantora MC Luanna
Divulgação
Pop
J. Eskine, de 'Resenha do Arrocha', bombou cantando safadeza, mas prefere letras românticas
Candidata a hit do próximo carnaval, música junta humor e sexo com vários trechos de canções do pagodão baiano. Alerta: esta reportagem contém letras de conteúdo explícito. Os artistas que devem bombar em 2025
“Resenha do Arrocha” tem uma letra que “desagrada ao Deus cristão”, acredita J. Eskine, o cantor da música. Mesmo assim, ele atribui o enorme sucesso da canção a uma vontade divina.
“Solta a carta, caralho, tigrinho filha da puta / Pra eu pegar o meu dinheiro e comer umas quatro puta / É vuk-vuk, vuk, vuk na onda maluca”, canta o músico no comecinho da faixa, após pedir para não ser levado a sério.
Nesta semana, o g1 faz uma série especial de apostas musicais para 2025. Do rap ao forró, conheça artistas que devem se destacar.
O cantor J.Eskine, de ‘Resenha do Arrocha’
Divulgação
Um dos principais hits deste verão, “Resenha do Arrocha” tem vários trechos nessa pegada. Mesclando bastante humor e sexo, há versos como “ela roça no pau”, “te boto na cama te soco a banana”, “ela quer pegar na minha espada” e “deixa eu ver se tá lisinha”.
“É algo que não agrada ao Senhor, mas também é algo que Deus fez para mudar a história da minha família, que é muito humilde”, diz o artista ao g1. “Essa música mudou tudo na minha carreira. A minha vida mudou também e, logicamente, eu tinha que mudar a vida da minha família. Minha mãe não está mais morando na casa onde a gente cresceu.”
Aos 25 anos, Eskine é a mais nova revelação da música brasileira, e sua popularidade deve crescer em 2025. O sucesso veio justamente graças a “Resenha do Arrocha”, lançada em 29 de novembro do ano passado.
Muita gente não sabe, mas o hit é um medley — une trechos de outras músicas que já existiam antes de seu lançamento. A canção nasceu a partir das faixas:
“Bloco dos amigos”, do cantor DDL 071
“Ela faz dsgc no pau do ladrão”, do Papo de Cria
“Passinho do Romano”, do MC Crash
“Bloquinho do Naipe”, do Oh Gerente
“Bloquinho dos amigos”, do Bergui071
“Pau nas Canjhangas”, da Banda do Truta
“Joga pro Coroa”, do Oh Playba
“Bloquinho conexão RJ x BA”, de Deene
“Bloquinho 3.0 do PR”, do PR Black
“Modinha”, do Novo Assunto
A maioria das músicas pertence ao pagodão baiano. A única exceção é “Sarrada no ar”, funk paulistano que bombou em 2017. Visionário, J. Eskine pegou o grude lírico das canções — sucessos na Bahia — e o jogou num som dançante de arrocha. A faixa ficou bem chiclete.
Jogo do Tigrinho invade hits do funk ao arrocha
Safadeza light
“Lancei ‘Resenha do Arrocha’ para chamar a atenção para o EP”, diz o cantor em referência a “Gângster também ama”, disco que já estava prontinho quando o hit bombou, mas que só foi lançado no mês seguinte.
Depois do lançamento do EP, Eskine gravou “Resenha do Arrocha 2.0”. Composta por ele, a letra segue o mesmo estilo do hit: “Me chamou na casa dela/ área de perigo/ ela tava louca/ doida pra foder comigo/ no quarto dela/ nós dois envolvido/ eu botando nela/ e lá fora, troca de tiro”.
Mas mesmo disposto a surfar na onda que lhe deu sucesso, o baiano cogita gravar versões light das músicas desbocadas. A ideia veio quando ele foi convidado para se apresentar na Rádio Salvador FM e precisou improvisar outra letra para “Resenha do Arrocha” — tinha que ser mais leve. Então, “pau” virou “vrau”. “Xereca” virou “boneca”. “Te soco a banana” veio acompanhado por “te faço uma vitamina”. E por aí vai.
J. Esquine no clipe de ‘Resenha do Arrocha’
Reprodução
“Foi tudo no freestyle. Dei muita risada na hora, porque eu ficava pensando nas palavras que ia usar. Não tinha me preparado”, diz Eskine, que neste mês se apresentou ao lado de Anitta, na capital baiana.
Ainda que seu maior hit sugira o contrário, o cantor é meio tímido. Ao recitar os versos da música na entrevista, ele cortou todas as palavras explícitas e riu da letra.
Trapper no arrocha
Nascido em Salvador, Eskine engatou na carreira musical dentro do rap, com foco no trap romântico. Sua primeira gravação foi “Faixada”, em 2020, ao lado de Shook e B.I.G Carter. No mesmo ano, lançou “Minha Saída”, sua primeira faixa solo.
Desde então, ele vinha se dividindo entre ser trapper no estúdio e cantor de MPB em transporte público.
O cantor J.Eskine, de ‘Resenha do Arrocha’
Thiago Chuck
“Entrava nos ônibus, e tinha muito preconceito. Ou de um motorista, ou de um passageiro”, conta ele. “Sempre fui um pouco frio com essas questões porque acontecia muito. Mas teve um dia que o motorista prendeu meu braço na porta e não queria abrir. Dizia que só abriria se visse uma viatura da polícia. Até que os passageiros começaram a reclamar, e ele acabou abrindo.” O caso foi filmado, postado nas redes e ganhou repercussão na cidade.
Mas o maior lucro do artista vinha mesmo de suas apresentações em balsas, no trajeto de Salvador a Itaparica. Ele já tinha até se acostumado com a rotina, mas aí veio “Resenha do Arrocha” — agora com mais de 47,5 milhões de plays no Spotify.
A música é o segundo arrocha de Eskine. Antes dela, teve “Naquela Noite”, que assim como o EP “Gângster também ama”, traz um arrocha mais arrastado e de versos melosos — cheios de romantismo.
“Eu sempre gostei de falar de amor. Gosto de criar histórias amorosas quando componho”, afirma o músico que agora, no entanto, está mais associado a uma estética de safadeza e humor.
“A galera implora por mais arrocha desse jeito. Meus próximos lançamentos vão ser trabalhados nisso para, depois, ir mudando aos poucos.”
Por enquanto, vai ser só vuk vuk vuk na onda maluca.
Pop
Gildinho foi Monarca que se tornou rei e voz das tradições musicais gaúchas
Morte do artista, há uma semana, joga luz sobre obra de cantor e músico que fez história em mercado autossustentável, ‘longe demais das capitais’. Gildinho (1942 – 2025) deixa legado como vocalista, acordeonista e fundador do grupos Os Monarcas, criado em 1972 por ele com o irmão Chiquito
Reprodução
♫ MEMÓRIA
♪ Nascido em 18 de janeiro de 1942 em Soledade (RS), município do interior do estado do Rio Grande do Sul, Nésio Alves Corrêa por pouco não teve tempo de festejar os 83 anos que completaria hoje. No sábado passado, 11 de janeiro de 2025, o cantor e acordeonista gaúcho saiu de cena.
Internado em hospital de Porto Alegre (RS), Gildinho – como o artista era conhecido no universo musical dos Pampas – morreu em decorrência de câncer, tendo sido velado e enterrado em Erechim (RS), cidade onde nasceu como artista na década de 1960 em programas de rádio do município.
Gildinho fica imortalizado na cena local como uma voz que ajudou a perpetuar as tradições musicais gaúchas como vocalista, músico e criador do grupo Os Monarcas, fundado por Gildinho em 1972 com o irmão Francisco Alves Corrêa, o Chiquito, com quem formara em 1967 a dupla Gildinho & Chiquito, embrião do conjunto.
Assim como Chiquito, Gildinho é nome pouco familiar para quem vive fora das fronteiras do Rio Grande do Sul. Vale até usar a expressão-clichê longe demais das capitais – cunhada por Humberto Gessinger em 1986 no título do primeiro álbum da banda Engenheiros do Hawaii – para se referir ao trabalho do grupo Os Monarcas, de alcance restrito ao sul do Brasil. Até porque o mercado de música gaúcha sempre foi autossustentável e nunca dependeu do aval de outros estados do país.
Criado em 1972 e atuante desde 1974, o grupo começou a engrenar na década de 1980 e alcançou o auge nos anos 1990, década de álbuns bem-sucedidos comercialmente como Cheiro de galpão (1991) e Eu vim aqui para dançar (1994).
Nos rincões gaúchos, o grupo Os Monarcas foi rei. O conjunto animava os bailes com o repertório de vaneras, vaneirões, chamamés, milongas, rancheiras, bugios e chimarritas, entre outros ritmos da música tradicional gaúcha.
Gildinho – cujo apelido veio da predileção de Nésio pelas músicas de Gildo de Freitas (1919 – 1982), compositor gaúcho identificado com a música nativista da região sul – conquistou a realeza nesse universo musical regional pela coerência nos 60 anos de carreira. Por isso, a morte do artista – a exatamente uma semana de completar 83 anos – foi tão sentida pelo povo do Rio Grande do Sul.
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